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Verdade. Verdade! Verdade?

O articulista Marcius Túlio analisa verdades e mentiras da vida cotidiana
Verdade e mentira seguem caminhos distintos. Reprodução da Internet
domingo, 24 março, 2024

É da natureza humana evitar o que desconhece, o que teme e o que o decepciona.

É também da natureza humana insistir em labutas que sabe ser infrutíferas, por capricho, vaidade, para se autoafirmar ou por interesses escusos e via de regra, não admitir seus erros por mero orgulho.

Todo esse jogo compõe a vasta gama de imperfeições que nos são peculiares e que justificam as seguidas oportunidades concedidas pelo Criador em sua infinita bondade.

A evolução do pensamento e do conhecimento humanos trouxe consigo sistemáticos embates ideológicos que raiam o absurdo em face da fragilidade que os diversos argumentos em torno dos variados temas oferecem, chegando mesmo a colocar em dúvida nossa própria evolução espiritual e cognitiva.

É da lavra humana as sucessivas tentativas de impor, por meios diversificados, sua vontade, ideia e conceitos sobre as dos semelhantes independentemente das consequências que suas ações possam determinar. Segue-se então, por inevitável, que o sucesso da, ou das empreitadas não é garantido, considerando o turbilhão de fatores que incidem na nossa existência terrena.

Instintivamente, por conseguinte, os humanos propiciaram uma dicotomia polarizada que terminou por se definir como VERDADE X MENTIRA (modernamente chamada Fakenews).

Trata-se da consagração do embate já citado, que mobiliza e norteia, delineando as  ações, pensamentos, sonhos, pesadelos, sentimentos, enfim, todas as atividades humanas ao longo de sua conturbada estadia nesse planeta azul.

Não é devaneio concluir a causa fundamental dos infindáveis conflitos pelos quais passamos, sempre com consequências marcantes na nossa História antiga e contemporânea e, ao que tudo indica, norteará nosso futuro.

Tenho comigo que a VERDADE é absoluta, sua percepção é relativa, exatamente por envolver o componente humano com todas suas nuances.

Essa percepção, por sua natureza, sofre invariavelmente influências externas como o ambiente, a ideologia, seja política, religiosa ou de qualquer outra natureza e até mesmo de caráter cognitivo, fruto da natureza imutável que define as diferenças entre os humanos.

Há quem defenda que viver na mentira, ou na verdade distorcida os faz mais felizes, em sendo assim, faça-o, entretanto, sem direito a reclamar.

Com meus botões, prefiro a verdade, ainda que me cause sofrimento e dor, por ser cristão, acredito na recompensa aos justos.

Diante de uma verdadeira avalanche de mentiras, ou verdades distorcidas que nossas imperfeições nos impõem, sobretudo nos dias atuais, onde a sensacional contribuição da tecnologia de ponta amplifica seu alcance, emerge, numa visão minimamente crítica, um cenário devastador, de causar perplexidade ante as investidas sobre a VERDADE ABSOLUTA, onde narrativas sensoriais tentam classificar as percepções como absolutas e impositivas.

Pautas que visam mascarar a verdade ou que buscam impor a percepção da verdade como absoluta são frutos de uma intelectualidade fracassada, que, por não acompanharem a evolução do conhecimento humano e as conquistas evolutivas das culturas ao longo de sofridas caminhadas, criam sua própria cultura, ou contracultura para se autoafirmarem, visando a estagnação  das civilizações ou o seu  retorno a estágios primitivos, onde seu inexpressivo e arcaico conhecimento estariam no ápice.

“Se não alcanças a maçã, grite em altos brados que ela está podre”, não se preocupe em se esforçar para apanhá-la, pelo menos, pode ser que ninguém o tentará.

Ou mesmo: “se seu cão estiver com pulgas e carrapatos, mate-o.”

Paz e Luz.  

Marcius Túlio é Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais

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