Quase 250 anos de sucessão: Uma história inspiradora

Gi Xavier escreve sobre o café de Minas, mais um produto que vem do agro
Representantes da Abrasel Regionais de MG em expedição à Fazenda dos Tachos em Varginha. E na foto menor, Gi Xavier com dona Zezinha, referência em Mulher do Agro, que já ganhou diversas homenagens e premiações de cafés especiais. Divulgação Abrasel
domingo, 21 julho, 2024

POR GI XAVIER

Falar em sucessão familiar, é falar de manter um legado, uma história, é dar continuidade a prosperidade e o trabalho de gerações. A história da Fazenda dos Tachos, localizada em Varginha, Minas Gerais, é um exemplo inspirador desse processo.

Desde 1780, a Fazenda dos Tachos permanece nas mãos da mesma família. Há quase 250 anos gerações vem mantendo o legado, há mais de 100 anos investem na produção cafeeira, se especializando em cafés especiais, cafés de alta qualidade e premiados em diferentes concursos. Mantendo a tradição de um patrimônio, se tornando um legado que transcendeu o tempo.

No início de julho deste ano, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) com suas Regionais de Minas, realizaram uma expedição à Fazenda dos Tachos. Os integrantes da instituição foram recepcionados por Tiago Rezende, gestor da fazenda que conduziu a expedição, onde os participantes puderam vivenciar todo o processo cafeeiro, desde o plantio até a xícara.

Tiago Rezende conta, que todo café que é torrado na fazenda é escoado na mesma semana. Os cafés especiais são acompanhados de perto. Ele mesmo, junto com seu pai Adelino Bernardes, toma conta dessa parte da produção e seleção dos grãos, até serem envazados para a distribuição ao consumidor.

Essa colunista teve o privilégio de participar dessa expedição e descobrir uma curiosidade que talvez muitos desconhecem, o café na fazenda dos Tachos ouve música. Sim, isso mesmo, o café descansa ouvindo música. “Nós temos um contêiner, climatizado, e os cafés que vão para concurso, ficam estocado dentro desse ambiente, descansando no período da safra com música instrumental. Você põe o café pra descansar, pois ele é composto por muita água, e estudos mostram que com a música melhora o agrupamento das moléculas de água”, afirmou Tiago.

Nessa história de tradição de sucesso existe uma figura muito importante, a Maria José Bernardes, conhecida carinhosamente como Dona Zezinha, a matriarca da família que lida de frente todos os dias na produção de café. Dona Zezinha recebeu o troféu “Mulher Inspiração Cafeicultura do Brasil”, e graças à sua dedicação, e o trabalho desenvolvido junto a família, a fazenda já ganhou diversos prêmios e homenagens, destacando-se como referência no setor agrícola.

Um legado de tradição no Sul de Minas, que serve de inspiração, manter em família um negócio por quase 250 anos, e mesmo assim, inovando sem perder a essência e a raiz familiar. Com a inovação do turismo rural, movimenta a fazenda, e aproxima a comunidade da realidade do campo. A propriedade é ponto de parada de ciclistas e cavaleiros, que fazem parada para almoçar no restaurante dentro da propriedade, ou para experimentar os deliciosos cafés especiais preparados por dona Zezinha em sua cafeteria.

Ter a oportunidade de conhecer o trabalho minucioso e tradicional da Fazenda dos Tachos, deixou um testemunho vivo da perseverança e do amor à terra. Ao longo de gerações, essa família dedica-se incansavelmente ao cultivo do café, mantendo viva a tradição e paixão pelo trabalho. A sucessão familiar da Fazenda dos Tachos não se trata de herança de terras, se trata de valores, conhecimento e respeito pela natureza. Essa história de trabalho em família permaneceu e permanecerá por muitos anos inspirando outros a seguir o mesmo caminho.

Sobre a autora:

Gi Xavier (@agiselexavier), valadarense que ama a cidade, formada em pedagogia, empresária no ramo comercial, é também, comunicadora, locutora e executiva da Abrasel Vale do Rio Doce. Abraçou suas origens na comunicação como repórter e colunista do Jornal da Cidade, com o importante papel de trazer informações dinâmicas sobre o agronegócio por meio da coluna “Vem do Campo com Gi Xavier”.

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