Foi sancionada na tarde de hoje (9) a lei 7.614, que nomeia as novas rampas de decolagem do Pico da Ibituruna com os nomes de duas lendas da asa-delta, sendo a rampa norte nomeada de Du Magalhães e, a sul, de Pepê Lopes.
Foto: Divulgação PMGV/Créditos: Leonardo Morais
A cerimônia de assinatura da nova lei contou com a presença de familiares, amigos e autoridades. Na ocasião, a família de Du Magalhães recebeu uma cópia da lei e uma placa semelhante à que será colocada na rampa.
Os dois pilotos, com sua fama, levaram o nome de Governador Valadares para outros Estados e países. O carioca Pedro Paulo Guise Carneiro Lopes, o Pepê Lopes, foi um fenômeno do voo livre mundial.
E até hoje é o único piloto brasileiro a ter conquistado individualmente um título mundial. Considerado um fenômeno no voo livre nacional e internacional, o piloto valadarense Eduardo Magalhães, o Du Magalhães, chegou a conquistar diversos títulos em apenas três anos voando.
“Estamos muito felizes e orgulhosos. Esta homenagem é muito merecida porque o Du sempre representou a cidade em vários eventos e em vários esportes. E, quando ele começou a voar, a Prefeitura foi a primeira patrocinadora dele na época”, revelou a irmã de Du Magalhães, Marina Azevedo Magalhães.
Foto: Divulgação PMGV/Créditos: Leonardo Morais
Para o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude, Kevin Figueiredo, ao nomear as rampas o município traz visibilidade para o legado dos pilotos.
“Ao nomear a rampa com os nomes dessas lendas do esporte do nosso município a gente faz com que essas histórias e esses legados saíam do anonimato. Quando tiver um campeonato, a Prefeitura vai divulgar os nomes das rampas de onde as decolagens irão sair e isso fará com que as pessoas queiram conhecer ainda mais e ainda cumpre outro objetivo que o prefeito André tem muito grande, que é de fazer com que as pessoas abracem cada vez mais a Ibituruna”, afirmou.
Na ocasião, o prefeito André Merlo contou algumas lembranças que tinha da época em que conviveu com o Du.
“O Pepê eu só conheço de ver na televisão, mas o Du eu tive o prazer de conviver muito com ele. Tem pessoas que parece que vêm para marcar, vêm para deixar um recado para gente e, no caso do Du, ele era persistente, ele sabia o que queria e ia atrás. Vamos substituir as rampas atuais por novas rampas e vamos trabalhar para elas ficarem prontas antes do campeonato para fazer uma outra homenagem a esses pilotos no local”, contou.
O diretor institucional da Confederação Nacional de Voo Livre e diretor de Marketing do Clube São Conrado de Voo Livre, José Carlos Srour de Mello, parabenizou o prefeito André Merlo pela iniciativa.
“O André Merlo prometeu fazer muito pela cultura e está fazendo. Porque o voo livre é a cultura de Valadares. Recebemos com muita gratidão esta iniciativa do prefeito. Governador Valadares sempre vai ser a capital mundial do voo livre. Todos os grandes campeões mundiais brasileiros têm Governador Valadares no lado esquerdo do peito”, declarou.
SAIBA MAIS SOBRE OS HOMENAGEADOS
Pedro Paulo Guise Carneiro Lopes - Pepê
Pedro Paulo Guise Carneiro Lopes, o Pepê, nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 1957. Apaixonado por esportes, chegou a praticar artes marciais, judô e natação. No hipismo, foi bicampeão carioca infantil (70/71). No surf, foi tricampeão brasileiro (1974/75/76).
Em 1976, foi 6º lugar na Pipeline Masters, o mais importante campeonato de surf, no Havaí. No mesmo ano, foi o primeiro brasileiro a vencer uma etapa do circuito mundial de surf no Brasil, o Waimee 5000. No ano seguinte, foi vice-campeão da competição. E, durante todos os anos em que se dedicou ao esporte, nunca deixou a lista dos 20 melhores surfistas do mundo.
Depois, apaixonou-se pelo voo livre. Em 1981, foi campeão mundial de asa-delta, disputado em Bepu, no Japão. Em 1991, foi vice-campeão mundial, competição que disputou em Governador Valadares, consagrando a cidade na capital mundial do voo livre.
Em uma de suas passagens por Governador Valadares, em 15 de novembro de 1990, conseguiu o recorde junto com o piloto Carlinhos Niemeyer, com a marca de 217 km em linha reta. Ele morreu em 5 de abril de 1991, quando disputava uma competição no Japão.
No dia, as condições do tempo estavam ruins, com chuvas, ventos fortes e pouca visibilidade. Após enfrentar uma forte turbulência, acabou colidindo com uma pedra ao tentar um pouso de emergência e não resistiu.
Eduardo Azevedo Magalhães - Du
O valadarense Eduardo Azevedo Magalhães, mais conhecido como Du Magalhães, nasceu em 25 de junho de 1963. Praticante de diversos esportes, Du fez seu primeiro voo em 17 de julho de 1983. Em abril do ano seguinte, conquistou o 2º lugar no Campeonato Paralelo, que acontecia simultaneamente ao Campeonato Brasileiro. Em dezembro do mesmo ano, ficou em 2º no Campeonato Mineiro.
Em fevereiro de 85, bateu o próprio recorde mineiro, voando 70 km e depois 80 km. Em janeiro de 86, entrou para o clube dos 100 km ao voar 103 km, descendo em Caratinga. Em 11 de março do mesmo ano, bateu o próprio recorde e o recorde mineiro na categoria Cross Country (voo em distância, em que o piloto decola e tenta chegar o mais longe possível com sua asa delta) com 133 km.
Nessa época, foi um dos três pilotos de asa com as melhores marcas nacionais em Cross Country, ficando atrás apenas do paulista Luiz Roberto de Morais, o Formiga (142 km).
Ainda no ano de 86, no dia 26 de março, durante o XI Campeonato Brasileiro de Voo Livre, bateu a marca de 160 km até Realeza (MG). No mesmo ano, ainda vieram outras conquistas: vencedor da II Temporada de Cross Country, 4º colocado no III Torneio Aberto de Voo Livre, em que foi recordista com a marca de 165 km, 2º lugar no Campeonato Mineiro. Infelizmente, em novembro desse mesmo ano, Du faleceu aos 23 anos em um acidente de carro.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social