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Unidade de AVE é referência para pacientes de Valadares e macrorregião

A Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) é especializada em atendimento e tratamento para pacientes que sofreram um AVC
A unidade de AVE é referência para cerca de 800 mil pessoas e conta com 10 leitos dedicados exclusivamente a casos como estes. Foto: Divulgação PMGV
terça-feira, 25 março, 2025

Exibindo a plaquinha (A) (V)ida (C)ontinua e com um bolo fake, Dona Edneuza Maria Ramos, de 60 anos, celebrava sua vitória enquanto aguardava pela alta médica na Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE), que funciona dentro do Hospital Municipal de Valadares.

É que depois de sofrer um AVC e ficar vários dias internada, ela e tantos outros pacientes de Valadares e da macrorregião, terão a chance de recomeçar sem sequelas. Isso graças ao socorro imediato e ao empenho, dedicação, humanização, qualificação e cuidado de toda equipe multidisciplinar, incluindo enfermeiros que ficam na porta da emergência (que funciona 24h), que são capazes de reconhecer os primeiros sinais da patologia e, dessa forma, encaminhar os pacientes com celeridade, para atendimento médico, salvando a vida daqueles que são acometidos pela doença.

“O atendimento foi ótimo; agora não vejo a hora de voltar para casa e me cuidar melhor”, declarou Edneuza. E foi essa agilidade que fez toda a diferença em seu tratamento tanto no hospital quanto na reabilitação pós-AVC, uma vez que a corrida contra o tempo é a responsável por reduzir as sequelas e dependência dos pacientes e garantir que eles tenham mais qualidade de vida. Isso porque o tempo entre o início dos sintomas do acidente vascular e a aplicação do trombolítico - remédio que ajuda a “dissolver” o trombo ou coágulo sanguíneo - precisa ser menor do que quatro horas e meia.

“O AVC ocorre quando há uma obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais. Portanto, cada minuto em que a irrigação sanguínea do cérebro é prejudicada, a pessoa pode perder até 2 milhões de neurônios. Quanto mais rápido se consegue restabelecer o fluxo sanguíneo no cérebro, melhor será o resultado", explicou a neurologista da AVE, dra Paula Ravenna.

Por pouco, Jair Dias da Silva, de 69 anos, não estaria aqui para contar sua história. É que ele teve o terceiro AVC e por morar na zona rural de Valadares, demorou mais tempo para ser levado para o HM.

“Senti uma dor de cabeça forte, uma sensação estranha e desmaiei. Depois não lembro de mais nada. Quando acordei já estava aqui no HM e, graças a Deus e a esses profissionais, hoje estou melhor e voltando para casa”, comemorou.

A unidade de AVE é referência para cerca de 800 mil pessoas e conta com 10 leitos dedicados exclusivamente a casos como estes, nos quais a tecnologia de ponta e os tratamentos especializados permitem intervenções rápidas e eficazes.

E não é só isso, a equipe multidisciplinar da unidade de AVE de Valadares (formada por neurologistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogo, assistente social, dentista e nutricionista) ainda criou a caixa de alta hospitalar – que o paciente recebe quando vai para casa. Nela vai um porta-remédios, a cópia dos exames e da guia de alta, medicamentos do SUS que devem ser tomados no primeiro mês e sementes de girassol.

“Trata-se de um material altamente informativo, com orientações da fonoaudióloga, fisioterapia e também com os remédios, porque muitas vezes, esse paciente vai sair daqui sem andar e/ou sem falar, e no meio desse turbilhão de coisas, a família ainda precisa se lembrar de buscar os medicamentos. Para facilitar esse novo processo, ele leva para casa os remédios do primeiro mês. Já a sementinha, vai renascer assim como o paciente nessa nova fase da vida dele. A gente quer também colocar fotos e recadinhos da família em nosso varal, para quando o paciente estiver internado dar um quentinho no coração dele. Quando for para casa, ele leva também na caixinha esses recadinhos e fotos”, detalhou Ravenna.

O que é o AVC?

É um acidente vascular cerebral que ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

Tipos de AVC

Há dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico.  O isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. A obstrução pode ser devida a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 80% de todos os casos.

Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode ser dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. O AVC hemorrágico pode causar a morte com mais frequência que o isquêmico.

É importante ressaltar que as limitações causadas pela doença dependem da parte cerebral afetada e do tamanho da lesão.

Fatores de risco

Hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, arritmia cardíaca, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar são alguns dos fatores que aumentam as chances de uma pessoa sofrer um AVC.

Prevenção

No âmbito da prevenção, cerca de 90% dos AVCs  podem ser evitados. É importante manter um estilo de vida saudável, ou seja, não fumar, evitar o álcool e drogas ilícitas, optar por uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e controlar a pressão arterial, colesterol e a glicemia.  

"Existe um mnemônico que utiliza as iniciais da palavra SAMU para conscientizar sobre os principais sintomas do AVC a qual o 'S' de sorrir; você deve pedir à pessoa para sorrir e observar se a boca está torta. Em seguida, vem o 'A' de abraço; você deve pedir a pessoa para elevar os braços e verificar se ela consegue e se um deles está mais baixo do que o outro. Depois vem o 'M', de música; ou seja, deve-se pedir à pessoa para cantar uma música ou dizer uma frase e observar se há dificuldade na fala. E por último, caso haja esses sinais, o 'U' de urgência; você deve ligar para o 192 e acionar o SAMU ou o Corpo de Bombeiros; afinal ambos têm profissionais capacitados para prestarem os primeiros socorros a essa vítima. E nada de levar esses pacientes para a UPA. Eles devem ser levados para o HM, onde tem a Unidade de AVE exclusiva para tratar pessoas que sofreram AVC", alertou a neurologista.

por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social

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