DA AGÊNCIA GOV
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão arterial afeta um em cada três adultos em todo o mundo e pode causar ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, danos renais e outros problemas de saúde.
Com o intuito de reforçar a importância desse tema, foi criado o Dia Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Hipertensão Arterial, 26 de abril. A data alerta sobre formas de prevenir a doença e enfrentá-la.
A cardiologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco – HU-Univasf, Elisandra Alves, explica que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica caracterizada pela elevação dos níveis pressóricos que tem causa multifatorial e ainda não totalmente esclarecida.
“Existem fatores de riscos modificáveis para o surgimento da HAS como a obesidade, sedentarismo, excesso de estresse, e os fatores de risco não modificáveis como o genético, raça e o próprio envelhecimento. É uma doença que geralmente surge a partir dos 40 anos e que se apresenta de forma assintomática, na maioria dos casos”, diz.
Especialista em medicina interna e cardiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, (HC-UFPE), Andréa Lordsleem detalha que a hipertensão arterial sistêmica é o aumento da pressão que se tem dentro das artérias que são os vasos que levam o oxigênio para os tecidos.
“A gente tem dois tipos de hipertensão arterial sistêmica, primária que acomete a grande parcela da população mais ou menos 90% dos pacientes hipertensos e a hipertensão secundária que é uma parte menor dos pacientes, mais ou menos 5 a 10%”, diz.
“Existem várias causas para a hipertensão arterial. Fatores genéticos desempenham um papel importante, mas o estilo e hábitos de vida inadequados são a principal causa”, diz o cardiologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), Igor Campos.
Entre os fatores citados por ele, estão dieta rica em sal, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool e tabagismo, além de condições como obesidade, estresse crônico e certas condições endócrinas que também podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.
De acordo com a nefrologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), Érika Carneiro, a prevenção passa por um conjunto de medidas como exercício físico mínimo de 150 minutos por semana; evitar comidas industrializadas; comer com pouco sal; beber bastante água, dois litros por dia, e evitar sobrepeso e obesidade.
Para o tratamento medicamentoso, os principais com impacto cardiovascular são bloqueadores do sistema renina-angiotensina, bloqueadores de canais de cálcio e diuréticos.
A médica cardiologista do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-Ufal/Ebserh), Carina Dantas, reforça a importância da identificação precoce da condição.
“A hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura.
Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, e diabetes mellitus (DM). Ela é uma condição muito prevalente, de fácil diagnóstico e com disponibilidade tratamento”, enfatiza.
Além disso, a cardiologista destaca que a identificação precoce apresenta impacto significativo nos custos médicos e socioeconômicos, decorrentes das complicações nos órgãos-alvo, fatais e não fatais, como: coração: doença arterial coronária, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e morte súbita.
Tratamento
O tratamento para a hipertensão primária é feito com uma dieta adequada, pobre em sódio e em gordura saturadas, rica em potássio e magnésio, além da manutenção de um peso ideal, fazendo atividade física.
Em determinados casos dependendo do risco do paciente é iniciado o tratamento medicamentoso.
“É uma doença crônica, como é da genética do paciente a gente tem que orientar o paciente que o uso do hipertensivo tem que ser sob supervisão médica, cada paciente tem sua medicação específica”, informa Andréa Lordsleem.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)