Entra ano e sai ano, o comportamento de parte dos cidadãos valadarenses continua sendo o desafio para o combate ao Aedes aegypti.
Prova disso é que o 1º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano, divulgado nesta segunda-feira (3), pela Prefeitura de Valadares, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aponta que 4,6% dos imóveis pesquisados contam com a presença do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.
Isso quer dizer que, no universo de 100 imóveis, mais de 4 apresentam focos do vetor que transmite essas arboviroses.
Lembrando que na última pesquisa, feita em novembro do ano passado, o município registrou 4% de infestação predial. Esse aumento considerado significativo se deve ao clima quente e ao período chuvoso recorrentes na cidade neste período do ano e acendem o alerta, uma vez que o Ministério da Saúde classifica os dados em três categorias, sendo até 1% satisfatório; de 1% a 3,9% de alerta e superior a 4%, como é o caso de Valadares, como alto risco de epidemia.
Os dados coletados por aproximadamente 60 Agentes de Combate às Endemias (ACEs), de 20 a 24 de janeiro, em cerca de 5.800 imóveis, revelam ainda que a falta de atitudes simples, como colocar areia nos pratos de plantas; verificar calhas e compartimentos de água atrás da geladeira e no ar condicionado; acondicionar corretamente o lixo; tampar caixas d’água e reservatórios que servem para armazenar água; colocar tela ou água fervente nos ralos, dentre outras ações, estão colocando em risco a saúde individual e coletiva.
E mais do que isso: os números mostram, mais uma vez, o quanto é importante a participação diária da população no combate ao mosquito e que a responsabilidade por acabar com a água parada não é só da administração pública; e sim, de todos.
O inimigo continua no seu lar
E como já era de se esperar, mais de 90% dos focos continuam dentro das casas. Desta vez, os vasos e pratos de plantas foram os campões dos focos, com 30%; contra 23,1% no Levantamento anterior. Em seguida, vieram os ralos, calhas e lajes, com 25,6%; um número um pouco menor do que na pesquisa de novembro do ano passado, quando esses mesmos reservatórios apontaram 27,1% de focos.
Os reservatórios de água secundários, que no último Levantamento de 2024 estavam com 28,7% de focos, desta vez apresentaram 20,5% deles. Lixos, que no relatório anterior apareceram com 16,3%, diminuíram um pouco o percentual, alcançando a marca de 13,3%; enquanto pneus (que estavam com 4,4% anteriormente), atingiram a marca de 9,2% desta vez. Em caixas d’água e depósitos naturais, que no LIRAa anterior registraram 0,4% dos focos; agora foram para 0,7% cada.
Aumentos nos estratos
Em relação aos bairros, o resultado também não foi muito diferente do último LIRAa. Dos 14 estratos, 10 tiveram aumento na pesquisa atual; enquanto no Levantamento anterior, 12 tiveram aumento, um permaneceu estável e apenas um teve redução.
O aumento mais significativo foi no estrato 2, que compreende os bairros Grã-Duquesa, Maria Eugênia, Santo Agostinho, Morada do Vale I, Lagoa Santa, Morada do Vale, Cidade Nova, Vale Verde e Esperança, que saltou de 4,3% no LIRAa do ano passado para 7,6% no primeiro de 2025.
Logo depois, vem o estrato 12 (Atalaia, Ipê, Vale do Sol, Cidade Jardim e Asteca), que saiu de 3,0% (na pesquisa anterior) para 5,3% na divulgada hoje.
Em seguida, vem o estrato 6 (Centro, Esplanada, Esplanadinha e São Pedro), que foi de 2% no relatório anterior para 3,7% no Levantamento atual.
O estrato 3 (Santa Helena, Morro do Carapina, Nossa Senhora das Graças, Querosene, Monte Carmelo e Santa Efigênia) também apresentou aumento; indo de 4,4% (em novembro de 2024) para 5,8% agora.
Na sequência vem o estrato 7 (formado pelos bairros Capim, Conjunto SIR, Universitário, Sítio das Flores, Santos Dumont I e II, Sion, Belvedere, Cardo e Floresta) que foi de 1,7% (no quarto Levantamento) para 3% (no 1º LIRAa deste ano).
O estrato 9, que conta com os bairros Vila Império, São Cristóvão, Jardim Pérola, Kennedy, Bela Vista, Fraternidade, Vila Ozanan, São José, Nossa Senhora de Fátima e Parque Olímpico, foi de 5,4% na pesquisa anterior para 6,6% na divulgada nesta segunda-feira (3).
O estrato 13, que compreende os bairros Jardim Alice, Vila Rica, Penha, Novo Horizonte, Vale Pastoril, Caravelas, Castanheiras, Vila União, Tiradentes, Figueira do Rio Doce e Vitória, também aumentou o percentual de 8,5% (em 2024) para 8,9% (em janeiro de 2025).
O mesmo aconteceu com o estrato 10, que conta com o bairro Santa Rita, que saiu de 6,6% (no LIRAa anterior) para 6,8% no atual.
No estrato 14 (Vila Isa I, Vila Ricardão, Jardim Primavera, Vila Parque Ibituruna, Elvamar e Vilage da Serra) também teve aumento; indo de 3,9% para 4,1%; assim como o estrato 8 (Jardim do Trevo, Santa Paula, Turmalina, Posto Planalto, Sertão do Rio Doce, Retiro dos Lagos, Os Borges e Palmeiras) que saiu de 4% (no relatório anterior) para 4,1% (na pesquisa atual).
Quedas
Na contramão de todos esses estratos está o estrato 5 (Ilha dos Araújos, JK, São Paulo, Santa Terezinha e São Tarcísio), que saiu de 5,4% no 4º LIRAa do ano passado para 3,7% na pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
Em seguida, vem o estrato 4 (que engloba Vila Bretas, Vila Mariana, Morada do Acampamento, Lourdes e São Geraldo), que também caiu de 3% para 1,7% no levantamento atual.
Logo atrás, outro estrato que teve redução no percentual de imóveis infestados pelo Aedes foi o 11 (Vila Isa, São Raimundo, Vera Cruz, Jardim Alvorada, Vila do Sol e dos Montes), que estava com 2,9% no relatório anterior e agora está com 1,3%.
O estrato 1, formado por Nova Vila Bretas, Mãe de Deus, Santo Antônio, Altinópolis e Planalto, também teve uma ligeira redução durante este levantamento; caiu de 1,6% (em 2024) para 0,6% na pesquisa atual.
Diante disso, a Prefeitura de Valadares, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), pretende adotar mais ações específicas em cada estrato, a fim de controlar a doença e exterminar o Aedes aegypti. E convoca toda a população para agir, tirando 10 minutos por semana para verificar quintal, reservatórios e outros locais que possam acumular água para que, juntos, possamos acabar com os focos e criadouros e, assim, vencer o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya!
Redatora: Michelle Janaina
Secom-GV
3/2/25