Na última segunda-feira (3), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou a primeira morte por febre amarela deste ano em Minas Gerais.
Trata-se de um morador de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que diariamente se deslocava até a cidade de Extrema, no sul de Minas e, que não se encontrava devidamente protegido contra a doença, segundo o Ministério da Saúde (MS).
Embora os órgãos competentes ainda estejam investigando o local onde se deu a contaminação, fato é que o ocorrido acendeu um alerta para a importância da prevenção, que é feita, principalmente, pela vacinação.
Além da imunização, é preciso que a população adote medidas de proteção individual, como utilizar calças e camisas de manga longa, sapatos fechados e aplicação de repelentes em áreas expostas do corpo ao longo do dia, tendo em vista que os vetores do vírus da febre amarela têm hábito diurno.
Diante disso, a SES-MG orientou, por meio de nota técnica, todos os municípios mineiros a intensificarem as ações de vigilância e imunização nas áreas tidas como de risco.
O MS, por sua vez, não passou nenhuma informação a respeito de campanhas relacionadas à enfermidade.
Lembrando que a vacina contra a febre amarela faz parte do Calendário Nacional de Imunização para crianças de nove meses a menores de 5 anos, com uma dose de reforço aos quatro anos. Também está prevista uma dose única para pessoas de 5 a 59 anos que não tenham sido imunizadas.
Pessoas que vão viajar para áreas de risco também devem se vacinar com, pelo menos, 10 dias de antecedência.
Em Valadares, o imunizante encontra-se disponível, gratuitamente, em todas as salas de vacinas em funcionamento, em horários determinados pelas equipes de cada uma delas.
É importante ressaltar que vacinas salvam vidas e que para receber o imunizante, é preciso apresentar documento de identificação com foto, cartão SUS e caderneta de vacinação.
Números de vacinados em GV
Em janeiro deste ano, foram aplicadas 680 doses da vacina contra a febre amarela em Valadares. Durante todo o ano de 2024, foram aplicadas 7.952 doses.
Até novembro do ano passado, a cobertura vacinal em crianças menores de um ano foi de 78,16% (dados sujeitos à alteração) no município. Lembrando que a meta vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização é de 95% de cobertura.
A doença
Ao contrário do que muitos pensam, o contágio por febre amarela não se dá de pessoa para pessoa e muito menos, através dos macacos. Os primatas são importantes para o monitoramento da enfermidade, uma vez que eles indicam a circulação do vírus.
A doença infecciosa febril aguda é transmitida pela picada de mosquitos em ciclos urbano e silvestre.
No primeiro deles, a transmissão é feita pelo Aedes aegypti (o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya), enquanto no ciclo silvestre, os transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, sendo sua sazonalidade de dezembro a maio.
Portanto, em caso de febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas ou vômitos, coloração amarelada na pele e na parte branca dos olhos e hemorragia, a orientação é que o paciente busque atendimento médico e informe ao profissional de saúde sobre uma possível exposição a áreas consideradas de risco para febre amarela.
Também é importante não se automedicar, tendo em vista que medicamentos como AAS e aspirina não são recomendados para pessoas com a doença por favorecerem o aparecimento de hemorragias.
Monitoramento da febre amarela em primatas em Valadares
Minas Gerais conta também com três casos positivos de febre amarela em primata não humano (PNH), sendo dois deles registrados na cidade de Ipuiúna e um na de Toledo, também na região sul do Estado.
Daí a importância do monitoramento dos primatas não humanos, que em Valadares, é feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Ou seja, quando um macaco é encontrado morto sem motivo aparente pela população, esta, por sua vez, aciona o CCZ, que envia uma equipe ao local indicado afim de realizar a busca ativa pelo animal morto e outras informações pertinentes com moradores locais.
Em seguida, os restos mortais do animal são enviados para análise no CCZ de Belo Horizonte, onde passa por exames para detecção do vírus da febre amarela. Também são preenchidos relatórios do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) e a solicitação do exame na plataforma específica para tal.
Em 2017, foi encontrado o último primata morto, infectado com o vírus da febre amarela, em Valadares.
Notificações de febre amarela em Valadares
Desde 2006, quando os dados começaram a ser lançados no sistema do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), Valadares também não teve nenhum caso de notificação confirmado e nem morte por febre amarela em residentes e também em não residentes no município; daí a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada.
Não sabe se está protegido contra a febre amarela? Procure a unidade de saúde da sua área de abrangência e peça para as vacinadoras avaliarem e, caso seja necessário, atualizarem o seu cartão de vacinas.
Mantenha-se vivo, forte e saudável! Vacine-se!
Secom/PMGV
Redatora: Michelle Janaina
5/2/2025
