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Médica é indiciada por morte de criança após atendimento em hospital de Itanhomi

Conforme apurado, a médica optou por manter o paciente em observação e, em seguida, liberá-lo.
Após instaurar inquérito, a Polícia Civil realizou oitivas, perícias, coleta de documentos e o interrogatório da investigada. Foto: Divulgação PCMG
quarta-feira, 18 junho, 2025

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta terça-feira (17/6), as investigações sobre a morte de uma criança de 4 anos, após atendimento em uma unidade hospitalar do município de Itanhomi, no Vale do Rio Doce. Uma médica, de 45 anos, foi indiciada por homicídio culposo.

O caso ocorreu em 16 de setembro de 2023, ocasião em que a criança deu entrada no hospital após ter sido picada por um escorpião. O menino foi medicado, mas não recebeu o soro antiescorpiônico, mesmo diante dos sintomas e da recomendação de outros profissionais de saúde, sendo que o antídoto estava disponível na unidade.

Conforme apurado, a médica optou por manter o paciente em observação e, em seguida, liberá-lo.

Por sugestão de outra profissional do hospital, a família decidiu levar a criança para Governador Valadares, município a 54 quilômetros de distância. A vítima foi encaminhada à UTI pediátrica, mas não resistiu e faleceu no dia seguinte.

Levantamentos policiais

Após instaurar inquérito, a Polícia Civil realizou oitivas, perícias, coleta de documentos e o interrogatório da investigada. Também foi anexado aos autos o laudo do Instituto Médico-Legal, que confirmou o nexo de causalidade entre a picada e o óbito, além de apontar negligência médica no atendimento inicial.

Com base nos elementos reunidos, ficou comprovado que a conduta da médica, além de contrariar os protocolos do Ministério da Saúde, evidenciou inobservância de regra técnica e desconsideração da vulnerabilidade da vítima.

Além do indiciamento por homicídio culposo, a PCMG também representou pela suspensão cautelar do exercício profissional da médica, por considerar que sua conduta demonstra despreparo técnico e psicológico, colocando em risco a vida de outras pessoas.

Para o delegado Rodrigo Luiz Nalon Moreira, “trata-se de uma tragédia que poderia ter sido evitada com o cumprimento dos protocolos básicos de atendimento. A investigação foi conduzida com rigor técnico, e os elementos indicam uma falha grave no exercício da medicina”.

por PCMG

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