DA AGÊNCIA MINAS
Diante da necessidade de garantir a segurança no âmbito educacional a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Minas Gerais se uniram para discutir ações preventivas no estado.
Durante toda esta quinta-feira (14/12), centenas de integrantes das forças de segurança e da educação se reuniram na Faculdade de Direito da UFMG para participar de palestras, painéis e conversas que tiveram como tema principal “Violência Escolar: caminhos para ação articulada e preventiva”.
A integração entre as duas secretarias foi idealizada, principalmente, para que os conhecimentos sejam compartilhados e, a partir disso, considerando ambas realidades, seja possível criar medidas eficazes que assegurem a segurança escolar desde a percepção de alguma anormalidade até às resoluções após possíveis episódios violentos.
O subsecretário de Inteligência e Ação Integrada da Sejusp, Christian Vianna, endossou a ação: “se almejamos soluções eficazes, é imperativo que dialoguemos e nos conheçamos melhor. Não podemos depender apenas do papel, pois este é frio.
Precisamos compreender as dinâmicas, escutar e debater todos os lados”. Vianna, que também é pesquisador, afirmou que este seminário foi apenas o “pontapé” inicial de uma série de preparações. “Queremos avançar juntos, reconhecendo que a violência escolar não pode ser enfrentada exclusivamente pela segurança pública; este é apenas um meio”, concluiu.
O secretário de Estado de Educação, Igor Alvarenga, reconheceu a violência escolar como uma pauta mundial, a qual o Governo de Minas está ciente, e destacou o progresso que o estado conquista quando seminários como esse são realizados.
Em Minas Gerais, já existem núcleos especializados e consolidados que estão em constante diálogo para desenvolver protocolos de proteção para escolas. “Conscientes de que ações simples não resolvem problemas complexos como este, precisamos estar unidos para humanizar e instaurar a política de paz dentro das escolas. Acreditamos que, ao trabalharmos juntos, podemos enfrentar esse desafio e criar ambientes escolares mais seguros e acolhedores para todos", afirmou.
O cronograma do seminário, organizado pela Academia Estadual de Segurança Pública, contou com quatro palestras e três painéis. As temáticas foram: “Agressores Ativos, Panorama Nacional", "A Instituição escolar como palco de ataques extremistas: um olhar sobre o agressor", "Ação e transformação para enfrentamento´ à violência escolar, "Como o clima escolar interfere nos comportamentos que podem levar à violência na escola", "Radicalização de jovens e extremismo: estudo de casos, "Minorias Sociais" e um Painel de Debates. Todos foram incentivados a levantar ideias, perguntas e compartilhar os saberes.
O primeiro palestrante do dia foi o diretor-geral da Academia Estadual de Segurança Pública, Marco Matos. Ele destacou o crescimento constante de agressões nas escolas desde 1999, sendo o ápice em 2022, quando nove casos foram registrados no Brasil.
Além de analisar o perfil dos agressores e buscar boas práticas integradas, Marco também ofereceu maneiras de lidar com os acontecimentos de forma preventiva e, também, quando a prevenção não conseguir ser eficaz.
“Ministramos treinamentos, seminários, qualificamos os professores a identificar, a agir em um caso desses, a conter hemorragias e sangramentos, a fazer o atendimento pré-hospitalar de combate. A Academia Estadual de Segurança Pública entra exatamente nesse viés de qualificação dos servidores de segurança e também dos servidores da educação”, disse.
Participaram do evento representantes Sejusp, da Educação, Ministério Público de Minas Gerais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Penal, Sistema Socioeducativo e Guarda Municipal de Belo Horizonte.