Logo Jornal da Cidade - Governador Valadares

Projeto que incentiva agricultura de baixo carbono está pronto para análise do Plenário

Também já pode ser analisado em Plenário o projeto que incentiva o desenvolvimento de startups voltadas para o agronegócio, as chamadas agrotechs
Com a aprovação de pareceres da Comissão de Agropecuária, dois projetos estão prontos para votação em Plenário. Foto: Daniel Protzner/ALMG
quarta-feira, 6 março, 2024

Está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 2.480/15, que acrescenta diretrizes de incentivo à agricultura de baixo carbono à Lei de Desenvolvimento Agrícola do Estado, a Lei 11.405, de 1994. A agricultura de baixo carbono é um sistema de produção agrícola que tenta reduzir ou minimizar as emissões de gases que contribuem para o aquecimento global.

De autoria do deputado Antonio Carlos Arantes (PL), a proposta foi analisada nesta quarta-feira (6/3/24) pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria, que recomendou sua aprovação na forma de um novo texto, o substitutivo nº 1. Anteriormente, a Comissão de Constituição e Justiça perdeu o prazo para emitir seu parecer.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

Mesmo com as alterações, o projeto continua inserindo todo um novo capítulo, denominado “Da Agricultura de Baixo Carbono”, na Lei de Desenvolvimento Agrícola do Estado. Prevê-se que sejam adotadas medidas de apoio à agricultura de baixo carbono, voltadas ao incentivo à política setorial e à governança para a agricultura, a pecuária e a produção florestal de baixo carbono e ao seu desenvolvimento no Estado.

A principal alteração sugerida pelo relator e presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, deputado Raul Belém (Cidadania), foi retirar do texto original artigos que determinavam a criação de regimento tributário especial e simplificado para empreendimentos de agricultura de baixo carbono, assim como cotas e atenção especial para projetos de pesquisas, bolsas de estudos, bolsas de mestrado e doutorado relacionados ao tema.

O relator argumentou que tais artigos criavam obrigações para órgãos do Poder Executivo, ferindo o princípio da separação dos Poderes e interferindo na atividade administrativa deste Poder. Raul Belém lembrou ainda que a concessão e a revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais de ICMS dependem da celebração de convênio interestadual no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), algo que ainda não existe neste caso.

O novo texto da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, mantém essas recomendações de forma genérica, como diretrizes. De acordo com estas diretrizes, também cabe ao poder público, entre outras atribuições, organizar e desenvolver ações que incentivem os produtores rurais a utilizar tecnologias de baixo carbono; e priorizar o financiamento de projetos e a concessão de bolsas de estudo a iniciativas cujo objeto contribua com o desenvolvimento da agricultura de baixo carbono.

Recuperação de pastos degradados deve ser estimulada

O novo texto mantém determinação original para que o Estado fomente o desenvolvimento de programas de agricultura de baixo carbono desenvolvidos por cooperativas agropecuárias e associações de produtores rurais que adotem as seguintes práticas:

  • recuperação de pastos degradados por meio do sistema de plantio direto na implantação de pastagens
  • sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta ou suas variações
  • plantio direto na palha na implantação de culturas
  • substituição de fertilizantes nitrogenados pela fixação simbiótica biológica de nitrogênio e demais bioinsumos, em consonância com a Lei 24.441, de 2023.

Em seu relatório, Raul Belém  argumenta que a aprovação do projeto é importante tendo em vista os estudos científicos que comprovam a seriedade das mudanças climáticas em curso no planeta, e também considerando os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 

“Não nos cabe outra posição a não ser reforçar a importância estratégica da adoção de práticas afeitas à agricultura de baixo carbono, uma vez que se identificam as atividades agropecuárias, bem como a alteração do uso do solo agrícola, fator fundamental para sua prática, como responsáveis por parcela importante da emissão dos gases de efeito estufa”, afirma o deputado.

Projeto que incentiva agrotechs também está pronto para o Plenário

Na mesma reunião, a Comissão de Agropecuária e Agroindústria aprovou parecer favorável, em 1º turno, ao PL 342/23, da deputada Maria Clara Marra (PSDB), que propõe incentivos para  o desenvolvimento de startups voltadas para o agronegócio, as chamadas agrotechs. Com isso, o projeto também está pronto para ser votado pelo Plenário.

O relator, deputado Dr. Maurício (Novo), recomendou a aprovação do projeto na forma do texto da Comissão de Desenvolvimento Econômico, o substitutivo nº 1.

A proposição altera a Lei 23.793, de 2021, de modo a incluir entre os objetivos do marco legal das startups “alçar o Estado como referência na criação de empreendimentos voltados para o desenvolvimento, otimização e sustentabilidade dos negócios relacionados a agricultura, pecuária e extrativismo”. 

O substitutivo nº 1 acrescenta à Lei 23.793 o objetivo de tornar Minas Gerais referência em startups de agricultura, pecuária e extrativismo e prevê a possibilidade de criação de um fundo com recursos de compensação financeira pela exploração mineral para aporte nesses empreendimentos.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Gostou? Compartilhe...

Leia as materias relacionadas

magnifiercrossmenu