Nesta sexta-feira (12/7/24), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza a terceira audiência pública para debater os impactos socioambientais do projeto de usina fotovoltaica flutuante no lago da Usina Hidrelétrica de Três Marias, de propriedade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
A reunião é organizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALMG e acontecerá no Auditório do andar SE da Assembleia, a partir das 10 horas.
O requerimento para sua realização é de autoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT) que, em 19 de abril deste ano, realizou reunião em Três Marias (Região Central) para ouvir os temores de moradores e empresários da região.
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Pescadores e representantes do setor de turismo afirmam que o projeto trará impactos socioambientais prejudiciais à região, ao prever a instalação de placas solares fotovoltaicas no espelho d`água da represa.
Eles temem consequências como o afugentamento dos turistas, alteração da vida aquática, com risco de mortandade de peixes, impossibilidade da prática de esportes náuticos e até mesmo do uso da praia pela população ribeirinha e turistas.
"A Cemig pretende instalar as placas sem diálogo com a cidade, com impactos devastadores para a comunidade e para o turismo, ou seja, para a geração de emprego e renda."
Os temores da população já haviam sido manifestados em audiência anterior realizada em outubro do ano passado, na ALMG. Na ocasião, a Cemig anunciou a intenção de começar a obra até o final de 2024.
Segundo informações divulgadas pela Cemig naquela ocasião, as placas fotovoltaicas ocupariam uma área de 55 hectares entre a Prainha e o Hotel Grande Lago, área apontada pelos moradores como de grande interesse turístico e ambiental.
No dia 21 de junho de 2024, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais divulgou informações de que a Promotoria de Justiça da Comarca de Três Marias recebeu da Cemig, naquela mesma data, “comunicado informando que, em razão de alteração no comando da Vice-Presidência de Geração e Transmissão da Companhia, o projeto da Usina Fotovoltaica Flutuante Três Marias está sendo reavaliado em sua totalidade, de modo que, nesse período de reanálise, o empreendimento não será desenvolvido”. As informações foram publicadas pelo site de notícias Três Marias Agora.
O Ministério Público também informou que instaurou inquérito civil para averiguar a regularidade da instalação de usina solar fotovoltaica flutuante no espelho d'água do reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, para que os impactos do empreendimento sejam devidamente identificados e para que haja disponibilização das informações à população do município, com transparência e segurança.
Entre os convidados que já confirmaram participação na audiência pública na ALMG estão o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Minas Gerais, Valtinho da Rocha; representante do Setor de Comércio e Turismo de Três Marias, Vicente de Paulo Resende; o jornalista e coordenador do Grupo Pró Três Marias, Cláudio Lúcio Pereira; e a ativista ambiental e liderança comunitária do município de Três Marias, Thaís Kênia Marciano.
Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais