Logo Jornal da Cidade - Governador Valadares

Luta por mais conquistas deve pautar Dia Internacional da Mulher 

Participantes do Circuito Sempre Vivas destacaram como desafios a serem enfrentados o feminicídio, o trabalho invisível do cuidado doméstico e as poucas oportunidades em espaços de poder.
Mais do que celebrar, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, mostra que ainda há muito a se conquistar na defesa pelos direitos das mulheres. Foto: Reprodução da Internet
sexta-feira, 8 março, 2024

Mais do que celebrar, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, mostra que ainda há muito a se conquistar na defesa pelos direitos das mulheres. A afirmação de parlamentares e profissionais ligadas à causa foi destacada, nesta sexta-feira (8/3/24), na abertura do Circuito Sempre Vivas, na Praça Sete, no Centro da Capital mineira.

O evento integra a programação Sempre Vivas 2024. A iniciativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) é realizada anualmente pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, em parceria com coletivos, entidades e órgãos ligados à pauta feminina, com objetivo de dar visibilidade à luta das mulheres por direitos e marcar o Dia Internacional da Mulher.

No Circuito Sempre Vivas, a presidenta da referida comissão, deputada Ana Paula Siqueira (Rede), e a parlamentar Macaé Evaristo (PT), vice-presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, lembraram que ainda são alarmantes os números de feminicídio no Estado e no País.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (7), revelaram que, em 2023, uma mulher morreu a cada seis horas vítima de feminicídio no Brasil. E Minas Gerais, conforme a pesquisa, foi o segundo Estado com mais casos no ano passado. De acordo com o relatório, em 2023, 183 mulheres foram assassinadas em Minas.

Ana Paula Siqueira
Dep. Ana Paula Siqueira

Ela acrescentou que a essa dura realidade dos casos de feminicídio se somam outros problemas enfrentados pelas mulheres como o trabalho do cuidado no ambiente doméstico, não remunerado e gerador de desgaste e adoecimento desse público, bem como a falta de oportunidades nos espaços de decisão e poder.

Silêncio é maior aliado do agressor

Grande parte das atividades e serviços durante o Circuito Sempre Vivas, nesta sexta (8), orientou sobre os vários tipos de violência contra a mulher e como procurar ajuda nesses casos.

Para a delegada de Polícia Civil, Danúbia Quadros, o silêncio da mulher é o maior aliado do seu agressor. “Vamos denunciar, não se calem”, aconselhou.

Cabo da Polícia Militar, Cristiane Carreira destacou que a violência contra a mulher começa com atos considerados pequenos. Se não identificados e combatidos, podem se ampliar, podendo ter como desfecho o feminicídio, como salientou.

Durante o evento, além de divulgar cartilha para vítimas de violência doméstica, a Polícia Militar quis dar visibilidade ao serviço chamado de visitas tranquilizadoras. Como explicou Cristiane Carreira, a atividade tem a finalidade de prestar apoio a uma mulher vítima de violência, tendo ou não medida protetiva.

“Às vezes, ocorreu um episódio de violência e a mulher denunciou. Mas ainda é uma fase inicial, ela continua com o companheiro e ainda não tem forças para sair da relação”, disse.

Conselheira do Conselho Regional de Psicologia, Isabella Lima contou que a entidade não é procurada diretamente para atuar em casos de violência doméstica. Mas tem a função de orientar psicólogos, os quais, por vezes, atendem casos desse tipo.

O conselho levou para o evento cartilhas sobre diversos tipos de machismo. Isabella Lima salientou que, muitas vezes, é sutil a violência a que a mulher é submetida. Por isso, é difícil identificá-la.

Uma apresentação teatral do grupo Calcinha de Palhaça também abordou, de forma didática, esses diversos tipos de violência.

Funcionária de uma creche na Capital, Marilda Batista achou interessante a proposta do evento. Ela passava pelo local na hora da iniciativa e pegou diversos folders sobre o assunto. De acordo com ela, para lutar por direitos, é importante se informar antes.

Sempre Vivas 2024

O Circuito Sempre Vivas contou com serviços de vários outros órgãos e instituições como a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), a Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar da OAB-MG, o Centro Risoleta Neves de Atendimento às Mulheres (Cerna) e o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais.

“É tempo de reconhecer o valor das mulheres” é o slogan do Sempre Vivas 2024, que tem como tema o lugar da mulher na sociedade e como a sua invisibilidade dificulta o pleno exercício dos seus direitos, especialmente nos espaços de poder e decisão.

Neste ano, além de ciclo de debates, da Feira Mulheres de Minas e desse evento na Praça Sete, já realizados, haverá quatro encontros regionais em cidades no interior de Minas Gerais e uma campanha para arrecadar itens de higiene pessoal para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Gostou? Compartilhe...

Leia as materias relacionadas

magnifiercrossmenu