Com informações do site oficial da Cemig
Com a utilização de imagens de nanossatélites – pequenos satélites artificiais com massa menor que 10 kg – a Cemig pretende ampliar a identificação de edificações que invadem a linha de servidão de suas Linhas de Transmissão (LTs) e Distribuição (LDs).
Com investimento total de R$ 2 milhões, nos últimos cinco anos, o projeto utiliza a plataforma Planet, que conta com mais de 130 nanossatélites Dove, para obter imagens diárias da rede da companhia em toda a área de concessão da empresa, que abrange 774 municípios mineiros.
As imagens fornecidas pela plataforma Planet, dos Estados Unidos, são processadas pela empresa nacional SCCON no Brasil, que utiliza algoritmos de inteligência artificial para detectar alterações no uso e ocupação do solo.
De acordo com o engenheiro de Transmissão da Cemig, Carlos Alexandre do Nascimento, a combinação da tecnologia de nanossatélites e o processo mais eficaz de notificações em campo foi fundamental para os resultados positivos obtidos.
“A Cemig validou em campo que a tecnologia de nanossatélites é uma ferramenta poderosa para a gestão de ativos do setor elétrico e está investindo também em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D – nessa área de grande relevância científica (tem um P&D D0664 com Senai-SC que desenvolve uma plataforma inovadora de processamento de imagens de satélites)”, explica.
Além da identificação de invasões, a Cemig está explorando outras aplicações para as imagens de nanossatélites, como a classificação dos tipos de solo, a medição do crescimento da vegetação, o monitoramento da limpeza de faixa e o controle de ocupações em áreas de reservatórios das hidrelétricas.
“Com esse monitoramento em tempo real, a Cemig vai ter subsídios para identificar as construções irregulares e realizar fiscalizações em campo e notificar os responsáveis para que a obra seja paralisada”, afirma.
Um projeto piloto para monitoramento de limpeza de faixa está sendo conduzido em duas linhas de transmissão, uma na Região Metropolitana de Minas Gerais (RMBH) e outra no Norte do estado.
Invasões representam risco para a população
A ocupação humana das faixas de segurança de linhas aéreas de alta tensão é um problema que ocorre em diversas companhias de energia. As ocupações não são, em sua grande maioria, de famílias de baixa renda sem opções de moradia, que encontram nas faixas de segurança uma área disponível para se estabelecerem, mesmo em condições irregulares por normas técnicas e precárias de segurança, mas também em condomínios de alto luxo, indústrias e pontos comerciais, etc.
Com o monitoramento por nanossatélites, a Cemig percorre periodicamente as linhas onde há invasões de faixa, e, quando confirma alguma nova ocupação, promove a judicialização e a conscientização do responsável pela invasão sobre os riscos ali existentes.
“Essa fiscalização de ocupações irregulares sob suas linhas de alta tensão é muito importante e uma forma de preservação da vida dos ocupantes e da população. Esses locais têm risco de acidentes elétricos”, explica.
“Por tratar-se de um problema de difícil solução e que envolve a responsabilização do poder público, o objetivo da companhia é impedir novas ocupações e essa nova tecnologia tem se mostrado bastante eficaz”, complementa.
Atualmente, o monitoramento por nanossatélite está sendo utilizado em conjunto com as inspeções terrestres e melhora a performance operacional da mão de obra das equipes de campo da Cemig.
Outras soluções por imagens de satélite
Recentemente, a Cemig teve aprovado um projeto que tem como objetivo desenvolver uma plataforma computacional de análise de imagens de satélites. A iniciativa, com previsão de 24 meses de execução, conta com a participação de equipes de engenharia de Linhas de alta tensão, realizada em parceria entre a transmissora, distribuidora e a geradora da Cemig.