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Brasil deve investir em ciência, tecnologia e inovação para retomar crescimento

Afirmação foi feita pelo gerente representante do Finep, Wadson Ribeiro, no primeiro dia da etapa final do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência.
Evento, organizado pela ALMG, pretende construir de modo coletivo Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Foto: Guilherme Bergamini ALMG
segunda-feira, 25 novembro, 2024

Investimentos em ciênciatecnologia e inovação são pilares fundamentais para a retomada do crescimento do Brasil.

A defesa foi feita, na manhã desta segunda-feira (25/11/24), pelo gerente do Departamento Regional Centro-Oeste da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wadson Nathaniel Ribeiro.

A Finep é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Ele ministrou palestra magna na etapa final do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência - Por Um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com objetivo de promover a participação da sociedade civil na elaboração do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. A etapa prossegue até esta quarta (27).

Na palestra “A importância da ciência, tecnologia e inovação para um desenvolvimento inclusivo e sustentável", o palestrante defendeu que o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação tenha orçamento compatível com a demanda do País. De acordo com ele, o Brasil conviveu com desinvestimento na área e contestação da ciência nos últimos seis anos.

“O País tem o enorme desafio de retomar um novo ciclo de desenvolvimento. Passamos quase que por um processo de desindustrialização. E, ao mesmo tempo em que a economia baseada na exportação de commodities é relevante, é preciso agregar valor à nossa produção, o que só vai ocorrer com maciços investimentos em ciência, tecnologia e inovação.”

Wadson Ribeiro

Gerente do Departamento Regional Centro-Oeste da Finep

Descontingenciamento

Segundo Wadson Ribeiro, para fazer frente a esse desafio, o presidente Lula promoveu o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) no início da sua gestão. Como disse, a medida injetou R$ 10 bilhões para a área em 2023.

Ainda de acordo com o gerente, neste ano, os recursos devem chegar até R$ 13 bilhões e a expectativa para 2025 é de cerca de R$ 20 bilhões, mesmo com o ajuste fiscal a ser feito pelo governo.

Além disso, outra medida para alavancar os investimentos foi alterar as taxas pagas para recursos reembolsáveis (5% ao ano como média), bem como editais da Finep abertos para 14 chamadas não reembolsáveis para empresas com projetos focados na sustentabilidade e inclusão em áreas como agroindústria, saúde, mobilidade, resíduos e energias renováveis.

Conforme Wadson Ribeiro, também houve a reconstrução da Secretaria Nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social.

Como salientou, outros projetos são o Nova Indústria Brasil que visa impulsionar a indústria nacional até 2033 e o Prodes/Inpe para monitorar por satélite o desmatamento da Amazônia e do Cerrado.

Construção coletiva 

Na abertura do evento, a deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidenta da Comissão de Educação, salientou que o fórum representa um esforço para construir de forma coletiva o referido plano estadual. Ela lembrou que o fórum teve início em 2019 como reação aos cortes e contingenciamento que a área sofria. Interrompido pela pandemia, o evento retomou neste ano.

A reitora da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Lavínia Rosa, destacou a importância desse trabalho coletivo e democrático, assim como os pró-reitores de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Marcos dos Reis, e de Pós-graduação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Marlon Pereira.

Já a pró-reitora do Instituto Federal de Educação de Minas Gerais, Gislayne Gonçalves, abordou a importância dos sete encontros regionais pelo interior do Estado realizados pelo fórum. “A discussão precisa contemplar os pontos mais remotos do nosso Estado para de fato gerar melhorias para a sociedade”, afirmou.

Reitores pedem política pública perene

Presidente do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado (Foripes) e reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Demetrius David da Silva enfatizou que Minas é o Estado com maior número de instituições públicas federais do País (19 ao todo) e é possível fazer mais pela ciência, tecnologia e inovação.

“Mas, para isso, precisamos da continuidade das políticas públicas para a área. A descontinuidade dessas políticas é o nosso maior problema. Precisamos de uma política de estado e não de governo. Nesse sentido, esse plano estadual é aguardado há muito tempo.”

Demetrius David da Silva - Reitor da UFV

De economia de commodities para economia do conhecimento

O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Lucas Mendes, falou da relevância do evento no sentido de colaborar para uma política pública com vistas ao contínuo desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação.

“Passa pelas instituições de ensino superior sairmos de uma economia de commodities para uma economia de conhecimento. Não há economia do futuro sem ciência, tecnologia e inovação.”

Lucas Mendes

Subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação

Concordou com ele o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Carlos Alberto Arruda. De acordo com ele, é importante que o plano estadual reflita as mudanças na área ao longo dos anos.

Nesse sentido, explicou que ele deve ir além da ciência e contemplar também a tecnologia e a inovação. Outro foco, na opinião dele, deve ser a integração entre diversas áreas do conhecimento.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais



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