DA AGÊNCIA MINAS
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) venceu o prêmio Alide-Verde 2024 pelo histórico de atuação no financiamento a projetos verdes, especialmente por meio da linha de crédito “BDMG Sustentabilidade”, fruto de parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI).
O resultado foi anunciado na quinta-feira (16/5), durante a 54º Assembleia Anual da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), nesta edição realizada em Fortaleza (CE), e reuniu instituições de mais de 20 países.
A maior parte dos recursos oferecidos por meio da linha “BDMG Sustentabilidade” é referente a contratos entre o BDMG e o BEI, em uma captação de mais de EUR 120 milhões, cerca de R$ 600 milhões.
A instituição mineira foi a primeira entre os bancos de desenvolvimento a obter sucesso na alocação da totalidade dos recursos disponibilizados pela instituição europeia no Brasil.
“O banco conseguiu a parceria inédita com o BEI que nos trouxe até este prêmio hoje. Os recursos do contrato com o BEI proporcionaram ao BDMG oferecer a empresas de diferentes portes e setores em Minas Gerais opção de crédito de longo prazo a custos acessíveis para investimentos em iniciativas sustentáveis", reassalta o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.
Ele afirma ainda que o acesso ao crédito não apenas promove a diversificação da matriz energética de Minas Gerais, como também a mitigação as mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento econômico sustentável. "Esse é o círculo virtuoso da atuação de um banco de desenvolvimento”, completa.
Somente por meio da linha BDMG Sustentabilidade e outros produtos relacionados, foram desembolsados quase R$ 1 bilhão de 2019 a 2023 para 290 clientes localizados em diferentes municípios mineiros, o que possibilitou a concretização de projetos de energia solar fotovoltaica, biomassa, energia hidrelétrica, além de projetos de eficiência energética, como iluminação pública eficiente.
Os projetos financiados são acompanhados com a mensuração da geração de energia limpa esperada e estimativas de emissões evitadas de gases de efeito estufa.
Financiamento verde
Entre os projetos financiados pela linha “BDMG Sustentabilidade” está o da empresária Heloísa Junqueira.
Ela e os dois sócios da H. Junqueira buscaram recursos para construir uma usina fotovoltaica em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
“Sem o crédito do BDMG a usina não teria sido construída. O banco proporcionou a realização deste negócio, que é rentável para nós que somos investidores, e benéfico para o meio ambiente, além de permitir redução na conta de luz do consumidor final.
Desejo que essa linha do BDMG seja um estímulo para que outras pessoas coloquem suas ideias em prática”, conta a empresária, lembrando que as condições oferecidas para o negócio foram melhores do que as de outras instituições.
“O projeto movimentou toda a cidade, com a contratação de profissionais locais, aquecimento da rede hoteleira, restaurantes, além, claro, do fornecimento de energia limpa. Sustentabilidade não é uma coisa do futuro mais. É uma necessidade urgente. Tenho muito orgulho desse empreendimento”, completa Heloísa Junqueira.
A usina conta com 4.992 placas solares que são capazes de gerar 370 mil KWh, suficientes para abastecer cerca de 2,5 mil residências com dois moradores.
Os sócios optaram por arrendar o espaço para uma empresa que fará a comercialização da energia para os consumidores finais.
Atualmente, Minas Gerais é referência nacional em energia solar fotovoltaica, sendo o estado líder em geração e tendo 100% dos 853 municípios com ao menos uma unidade de geração de energia solar fotovoltaica, marca fundamental para entender o compromisso assumido pelo Governo de Minas de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
“A experiência com o BDMG Sustentabilidade pode ser replicada por outras instituições financeiras de desenvolvimento da América Latina, com o aprimoramento da capacidade institucional para mensuração de impacto e do acesso a recursos financeiros de parceiros nacionais ou multilaterais aderentes ao perfil dos projetos de mais longo prazo, como disponibilizado por muitos dos membros da Alide”, acrescenta o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.
Considerando todos os desembolsos do banco relacionados a algum dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, são mais de R$ 5,2 bilhões em financiamentos desde 2020, incluindo financiamentos em energia, mas também ligados à saúde, educação, geração de emprego, urbanização, inovação, saneamento e transporte, entre outros.
Sobre a Alide
Com sede em Lima, no Peru, a instituição tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento social e econômico da região e dos países parceiros por meio de boas práticas financeiras. Entre os membros estão instituições de diversos países como Rússia, Alemanha, Canadá, Índia, Argentina, México e Colômbia, entre outros.
Esta foi a 16ª edição do prêmio que visa reconhecer iniciativas ou programas pela sua relação direta com projetos de combate e adaptação às alterações climáticas. Ao todo, 37 propostas concorreram nas categorias da premiação.