Em Timóteo, seminário atualizou conhecimentos entre municípios vizinhos

Evento aconteceu nos dias 27 e 28 de Junho nas dependências da Igreja Assembleia de Deus no bairro São José
Seminário Integrado Proteções Sociais do SUAS. Foto: Divulgação/PMT
segunda-feira, 1 julho, 2024

O Seminário Integrado das Proteções Sociais do SUAS realizado nos dias 27 e 28 de junho, pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Timóteo, trouxe conteúdos relevantes e gerou debates ricos para os participantes.

Com 262 inscritos e a presença de representantes de 21 municípios vizinhos, o evento atualizou temas do cotidiano dos gestores e trabalhadores do Serviço Único da Assistência Social.

Primeiro a proferir palestra, Régis Spíndola, diretor do Departamento de Proteção Social Especial da Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) ressaltou que “discutir os caminhos da proteção é discutir orçamentos que possam garantir a caminhada”. 

“A Assistência Social deve ser ponto de pauta com candidatos em tempos de eleição. Nós temos um discurso cada vez menos voltado para o social e mais penal. É inegável o empobrecimento das famílias após o período da pandemia, que ainda não conseguiram se recompor”, disse Spíndola. Ele falou sobre o caráter adaptativo da proteção social frente aos impactos de questões climáticas e crimes ambientais.

“ A força de proteção do SUAS está na capacidade de mobilização e na interação com outros municípios frente às catástrofes. Por isso é necessário investir na intervenção social básica protetiva e preventiva ao invés de esperar a família precisar do auxílio”, completou Spíndola.

Ainda no dia 27/06, foi realizado um colóquio sobre Direitos Humanos. A diretora Regional da Sedese Timóteo, Érica Beltrame, falou sobre a perspectiva da proteção social à pessoa idosa na atualidade.

“Cada vez mais temos um contingente expressivo de idosos no conjunto da população. É necessário buscar meios para que o idoso não se torne dependente e o atendimento a este público não deve ser encarado como eventual.

Na mesma tarde, Rosanna Borges, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de Timóteo, mestre em saúde pública e enfrentamento às violências pela UFMG abordou o tema Violência Doméstica e Intrafamiliar.

Ela citou a experiência de Timóteo e o projeto que escreveu para implantação do atendimento às mulheres vítimas de violência no município e como esbarrou na falta de registro dos casos.

“Eu conhecia a demanda, realizei uma pesquisa, elaborei a proposta, depois houve o monitoramento. Para que o suporte do Governo Federal chegue até o município é necessário haver registro de dados. As fichas de notificação de violência não eram preenchidas”, contou Rosanna.

Atualmente o município conta com a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica da PM, foi implantado o Fluxo de Atendimento às Vítimas, o Conselho dos Direitos da Mulher foi reativado e os integrantes da rede de enfrentamento receberam capacitação.

A terapeuta ocupacional e neuropsicóloga Raquel Bragança falou sobre o Transtorno do Espectro Autista e os desafios do atendimento.

“A maior incidência de casos de TEA está na mudança dos critérios diagnósticos, além da maior conscientização e reconhecimento e melhor acesso aos serviços de saúde”, expôs Raquel. Entre os desafios ela citou que as escolas devem oferecer educação inclusiva e adaptada às necessidades do aluno com suportes adequados.

No segundo dia do Seminário, a mesa técnica foi formada por Valéria Silva Cardoso, coordenadora dos Serviços de Alta Complexidade da Prefeitura de BH; Pollyane Souza coordenadora dos Acolhimentos Institucionais para Crianças e Adolescentes em BH e Ludmila Anjo, coordenadora do Serviço Família Acolhedora pela Ação Social Arquidiocesana de BH cujo tema principal tratou sobre crianças e adolescentes e os serviços de acolhimento familiar. 

Valéria Cardoso salientou os 15 do Serviço de Família Acolhedora em BH e falou que o maior desafio ainda é sensibilizar as familias candidatas para se habilitarem e acolher crianças e adolescentes com deficiência.

Pollyanne Souza destacou as consequências psicológicas na criança vítima de violências como sintomas de ansiedade, isolamento, estigmatização e baixa auto estima com tendência a arrumarem parceiros violentos na vida adulta. Ludmila Anjo falou da experiência de adoções pela Providens.

Encerrando o ciclo de palestras e debates, Adryelly Alacrino, coordenadora do Serviço Regionalizado em Família Acolhedora do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Leste de Minas (CIDES/ Leste) frisou que a família só tem habilidade a partir do momento em que passa a acolher.

“Quando o gestor abraça o Serviço Família Acolhedora no seu município, o número de famílias disponíveis aumenta”, concluiu Adryelly.

por Prefeitura de Timóteo

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