Nesta sexta-feira (26/7), o combate à violência contra a mulher ganha um importante aliado em Mantena. A Associação dos Municípios da Microrregião do Leste de Minas, Assoleste, vai lançar, na cidade, o projeto “Conscientizar”, voltado para um atendimento ao homem agressor.
Um grupo reflexivo, com a participação de profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, leva os homens autores de violência, que estejam respondendo a processo judicial, a uma reflexão sobre suas atitudes, estimulando neles o desejo de mudar de comportamento para que não apenas interrompam as agressões, como também não caiam na reincidência.
A solenidade de lançamento, em Mantena, vai marcar também a entrega de certificados para cinquenta profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais, assessores do fórum e advogados que participaram de uma capacitação para atuar no projeto.
Parcerias
Para levar adiante o projeto “Conscientizar”, a Assoleste construiu parcerias, com o poder judiciário, Ministério Público, prefeitura de Mantena, com a rede de proteção à mulher vítima de violência, Polícia Militar e Polícia Civil, além de ter recebido um recurso, por meio de uma emenda parlamentar, que viabilizou a criação das turmas de capacitação.
Esta vai ser a primeira vez que uma associação microrregional de municípios, dentre as quarenta e duas que existem em Minas Gerais, lança um projeto desse tipo.
A secretária-executiva da Assoleste, Elidamárcia Lana da Silva, conta que a ideia do projeto surgiu, quando a associação promoveu seminários sobre o tema violência contra a mulher. “Nasceu de uma provocação feita pela juíza de Mantena, Samira Morais, que falou sobre uma experiência, coordenada por ela, no Vale do Jequitinhonha, tendo como resultado uma redução significativa no índice de reincidência”, revela.
Luíza Brunet
A modelo, empresária e ativista Luíza Brunet, que tem percorrido o país, já há alguns anos, para debater o tema da violência contra a mulher, vai estar pela primeira vez em Mantena. No encontro, ela pretende contar como enfrentou as sequelas emocionais deixadas pelas agressões que sofria do ex-marido.
Em abril deste ano, quando participou de um simpósio, também promovido pela Assoleste, Luíza Brunet encorajou as vítimas a não se calarem diante da violência doméstica.
“Quando eu perguntei quantas mulheres sofreram violência, poucas se manifestaram. Porque existe, ainda, a vergonha de se expor. Mas quando você começa a contar fatos, elas se reconhecem; e isso é muito importante. Compartilhar minha história impacta as meninas; elas se sentem confortáveis, protegidas e abraçadas”, afirmou.
