Seleção Brasileira, uma página virada?

O comentarista esportivo Hermínio Fernandes analisa o desempenho da Seleção Brasileira sob o comando de Dorival Júnior
O técnico Dorival Júnior agradou nas primeiras partidas no comando da Seleção Brasileira. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
sexta-feira, 29 março, 2024

A nossa seleção canarinho, pentacampeã do mundo, e que tantas alegrias já deu ao povo brasileiro, está trazendo de volta o torcedor para o seu lado, as pessoas estão voltando a ter interesse em assistir aos jogos e mais voltando a ter orgulho da nossa seleção, a maior vencedora de copas de todos os tempos.

O que o momento atual nos mostra é que não se trata apenas uma página virada, mas sim, de um novo capítulo na história do nosso futebol, que vem de um passado recente traumático e sofrido para os torcedores.

Esse processo de renovação tem no comando um treinador que valoriza os jogadores que atuam nos clubes brasileiros e não tem o hábito de seus antecessores de convocar atletas apenas pelo legado que eles construíram em tempos anteriores.

O professor Dorival Júnior tem como prioridade colocar pra jogar quem está melhor no momento. Paulista de Araraquara, ao contrário de seus antecessores  os gaúchos Tite, Felipão e Dunga, Dorival mostra uma nova filosofia de jogo, buscando resgatar a essência do nosso futebol com toda a sua tradição e elegância, e faz isso apostando em novos talentos, que se destacam em clubes do Brasil e do exterior, e esses jogadores vem demonstrando em campo uma intensidade que há algum tempo não se via, e dessa forma conseguem atuar pela seleção com a mesma qualidade que jogam em seus clubes.

Pudemos observar essas mudanças nos dois amistosos disputados recentemente contra a forte seleção da Inglaterra, que o Brasil venceu por 1x0, com gol de Endrick, e no empate contra a seleção da Espanha, Campeã da Copa do Mundo de 2010.

Os gols brasileiros foram marcados por Rodrygo, Endrick e Lucas Paquetá, que só não venceu a partida porque o árbitro marcou dois pênaltis bastante duvidosos a favor da seleção espanhola.

Ao que parece, o eterno “menino Ney” não está fazendo falta e Dorival parece ter afastado o fantasma da “neymardependência”, que nos últimos anos assombrou a seleção brasileira.

Ao contrário de quando era comandada por Fernando Diniz ou Tite, o time mostrou rápido entrosamento, qualidade na marcação, velocidade na transição de jogadas, e dessa maneira conseguiu ter a posse de bola e envolver os adversários, e deixar uma boa impressão nesses dois primeiros amistosos.

Destacaram-se os novatos, como o goleiro Bento, do Athletico, Endrick e Savinho, ambos com apenas 17 anos, João Gomes, de 23, e o “experientes” Fabrício Bruno, de 28, e Wendel de 30, eles demonstraram que a camisa verde e amarela não pesou, mas pelo contrário passaram muita confiança, e o principal, agregaram qualidade ao time do comandante Dorival, que já mandou o recado: com ele joga quem estiver melhor, o que para a nossa seleção já é um grande passo à frente na busca pelo tão sonhado título de Hexa do Mundo.

Hermínio Fernandes é comentarista esportivo e colunista do Jornal da Cidade GV

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