O estádio José Mammoud Abbas, o Mamudão, é o grande patrimônio do Democrata. Mas a história dos campos (estádios) começou em 1932. O primeiro campo de futebol do Democrata foi em uma faixa de terra existente próximo ao prédio da atual Estação Rodoviária, em 1932. Na medida em que o distrito de Figueira crescia, os espaços urbanos eram tomados por construções.
E com a emancipação de Figueira e surgimento de Governador Valadares, o velho campo foi ocupado. O Democrata teve de se mudar para um campo onde hoje está a Estação Ferroviária. Lá, o Democrata fez grandes jogos, como o amistoso que parou a cidade, em 1942, contra o América Mineiro.

No terreno em que o Democrata havia construído seu estádio, nos anos 1930/1940, a Vale construiu a sua Estação Ferroviária
O primeiro estádio do Democrata
Mas a cidade crescia de forma espantosa, e a Estação Ferroviária que se localizava onde hoje é o Fórum, tinha de ter um lugar melhor, ou seja, estar junto aos trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que foram retirados da área central da cidade.
Mais uma vez o Democrata teve de ceder o seu campo em benefício do progresso da cidade, desta vez para a Cia Vale do Rio Doce, que usou o terreno para construir a atual “Estação”.
Mamudão foi construído em área que seria um cemitério
Em 19 de fevereiro de 1949, o prefeito Dilermando Rodrigues de Melo, assinou esse decreto: “Artigo 1o - Fica o prefeito municipal autorizado a fazer doação ao Esporte Clube Democrata, associação esportiva desta cidade, para instalação de sua praça de esportes, um terreno constituído pelos quarteirões 59 e 147 da planta primitiva da cidade, com área de 22 mil metros quadrados, parcialmente circundado por muro e conhecido pela denominação Cemitério Novo, abrangendo 47 lotes e mais 4 que resultaram do fechamento da rua 394”. Esse terreno é onde erguido o Mamudão, que naquela época era chamado informalmente de “Estádio dos Eucaliptos”.

O terreno da Rua Osvaldo Cruz, doado ao Democrata pelo prefeito Dilermando Rodrigues de Melo, seria usado para ser um cemitério. Foto: Museu da Cidade
Parcerinho é memória viva do clube
As obras de construção do estádio foram iniciadas em 1962. Quem lembra de tudo como se fosse hoje é Dionízio Gonçalves da Silva, 86 anos de idade, conhecido por todos no Mamudão como “Parceirinho”, porque ele trata a todos como “parceiro”. “Sabe, Parceiro, nós começamos a construir isso aqui em 1962. Furamos dois palmos e deu na areia, um areião vermelho.
Aí furamos mais dez palmos e fizemos umas sapatas grandes, com muito ferro e concreto”, lembra. Parceirinho conta que o trabalho era duro, tudo supervisionado pelo “Seu Zé Abbas”, que era o presidente do Democrata à época.

Olha ele aí, o Parceirinho, gente boa, que hoje está aposentado e mora no estádio. Foto: Arquivo Tim Filho
Feitas as fundações em 1962, no decorrer do ano de 1963 foram construídas as estruturas de concreto armado para as arquibancadas e setor de cadeiras da Rua Osvaldo Cruz.
Como acontece em todas as obras em que o construtor não tem dinheiro para dar um andamento satisfatório ao ritmo de construção, a diretoria do Democrata enfrentou sérias dificuldades para concluir o lance de arquibancadas.
Inaugurado, o estádio recebeu o nome de José de Magalhães Pinto, governador de Minas. Somente na década de 1980 passou a se chamar José Mammoud Abbas, em homenagem ao presidente que o construiu.
Iluminação
As obras de iluminação do Estádio Magalhães Pinto (Mamudão), foram inauguradas no dia 16/11/1976 com dois jogos. Na preliminar, o Tabajara, de Galiléia, venceu o Democrata por 1 x 0. No jogo principal, debaixo de muita chuva, Cruzeiro de Belo Horizonte e América do Rio empataram em 0 x 0.
A iluminação do estádio resolveu um problema antigo do Democrata, que não podia mandar os jogos no seu campo caso a FMF os marcasse para o horário noturno.
Em 1969, quando participou da divisão extra do Campeonato Mineiro de Profissionais, o Democrata teve de fazer os jogos noturnos no Estádio Armando Vieira, do C.A. Pastoril.