Com informações do Site Oficial da Confederação Brasileira de Futebol
Os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racial) e André Fufuca (Esporte) realizaram neste domingo (24) antes da final da Copa Betano do Brasil 2023 uma ação com o objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira para a gravidade de episódios de racismo no esporte. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, participou também da cerimônia.
A ação, chamada “Com racismo não tem jogo”, contou com a exibição de letreiros no telão do estádio estimulando as denúncias contra o crime de racismo. Um balão inflável do Disque 100 – Disque Direitos Humanos, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), sensibilizando as pessoas para a importância de denunciarem violações de direitos, dentre elas o racismo foi colocado no gramado do Morumbi.
""Essa é uma ocasião muito importante para a gente reafirmar o compromisso do governo do Presidente Lula com a luta antirracista e com a valorização dos direitos humanos. É a união entre os Ministérios, todos trabalhando juntos com o mesmo propósito, em parceria com a sociedade civil. Especificamente, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que desenvolve um trabalho muito grande. Também tem o Disque 100, que é o Disque Direitos Humanos, pelo qual denúncias de direitos humanos podem ser feitas", disse o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
"Ter essa união do Governo Federal com a CBF é imprescindível, faz com que a gente possa fazer que o racismo desapareça. Isso aqui não tem que ser exceção. Se Deus quiser, um dia vai ser a regra. A gente um plano de ações com o Ministério do Esporte e da Justiça para dentro e fora de campo, que vão desde comunicação até cursos, para que englobe jogadores, técnicos e todo mundo que está inserido no esporte", contou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
"O racismo deve ser abolido dentro e fora dos campos. É dessa maneira que termos a sociedade mais fraterna e justa. Através da união do Ministério da Igualdade Racial, do Esporte e dos Direitos Humanos, teremos avanços significativos no combate a essa prática. Tenho certeza que hoje, no momento que damos os braços com a CBF, estamos visando um esporte mais justo, sem violência e sem racismo", afirmou o ministro do Esporte, André Fufuca.
A CBF lidera uma campanha mundial antirracista no futebol. A iniciativa já ganhou o endosso da Fifa. Com Ednaldo Rodrigues como presidente, o primeiro negro e nordestino da história, a CBF se tornou a primeira confederação a adotar a punição desportiva aos envolvidos em atos de racismo nos estádios.
"Tenho 69 anos, há 60 eu sofro racismo e continuo de cabeça erguida. A gente procura ter ações que envolvam outros segmentos para que a nossa voz se torne mais potente. É o que estamos fazendo nesse momento, quando temos quatro Ministérios diretamente voltando a esse tema, com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Daí resultados mais contundentes virão no combate a essa praga, que é o racismo. No Brasil e no mundo, no futebol e em todos os segmentos da sociedade. Com essa união, a gente tem certeza de que a gente reverterá esse tema em pouco tempo", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
O governo federal está empenhado em promover ações para coibir e reprimir atos de intolerância, discriminação e preconceito racial em arenas esportivas tanto no Brasil quanto no exterior. Em maio deste ano, após mais um condenável episódio de crime de racismo na Espanha, autoridades nacionais e internacionais se pronunciaram.
O Itamaraty, o MDHC e o Ministério da Igualdade Racial, em conjunto com outras Pastas, divulgaram uma nota convocando as autoridades governamentais e esportivas da Espanha a tomarem providências para punir os autores dos atos e evitar repetições. Uma série de medidas adotadas pelo Estado brasileiro foram elencadas e enviadas à Presidência da República no sentido de enfrentar o racismo.
"Desde o primeiro dia do ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem colocado a importância do enfrentamento ao racismo no futebol, na segurança pública e no sistema de justiça. Essa ação que está sendo firmada entre Governo Federal e CBF é uma demarcação do quanto o Governo Federal e a Confederação Brasileira de Futebol não aceitarão nenhum tipo de violência e discriminação. A gente vai construir não só o futebol, mas o esporte e um Brasil mais solidário e democráticos para todos", afirmou Tamires Sampaio, assessora especial do Ministro da Justiça, Flávio Dino.
"Nesse momento que o Observatório vem monitorando um aumento de denúncias no futebol no Brasil e fora dele, é importante demais essa iniciativa, que tem como aliados os Ministérios e a CBF. Isso mostra para a sociedade que estamos todos juntos nessa luta. É fundamental essa união de todas as forças para combatermos o racismo dentro e fora do campo", disse Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.