Por LO-RUAMA LÓRING BASTOS - ESPECIAL PARA O JC
A partir de uma série de entrevistas com três candidatos à Prefeitura de Governador Valadares, MG, o Jornal da Cidade (JC) passou as últimas semanas ouvindo as propostas de governo que contemplam melhorias para o município e seus distritos.
As entrevistas serão publicadas nas edições de hoje (29) e na próxima (04/10), onde serão apresentadas as defesas e propostas que os três candidatos têm para a Educação.
A ordem das respostas segue pelos agendamentos dos candidatos, que aconteceram nos dias 23, 26 e 27 de setembro.
Cada candidato apresentou planos de governo, perspectivas para mudanças estruturais, assim, como também algumas possibilidades de continuidades e permanências de projetos educacionais já existentes.
Lo-Ruama: Quais são as questões mais importantes em seus planos de governo para a Educação Municipal de GV?
Léo Monteiro: “A educação é a política pública mais importante, é a mais democrática, deve ser uma política de estado e não de governo. Eu tenho consciência disso como cidadão, como político. Em Valadares temos que reforçar a Educação Infantil, construir mais creches, ampliar vagas para as crianças; e como prefeito eu vou investir na Escola em Tempo Integral, com extensão do horário (7h as 17h ou 8h às 18h).
Meu sonho como prefeito é estimular, no mínimo, a criação de uma escola familiar agrícola aqui pra Valadares. A escola de educação do campo tem um modelo de alternância onde a criança fica um período na escola e um período também com a família no período da colheita. Se adaptar o formato ao ensino médio, quando terminar o Ensino Médio, o aluno estará capacitado com um curso técnico agrícola. Se ele quiser, vai poder continuar trabalhando na terra que é uma grande ferramenta de produção, aprender as técnicas de irrigação, de manejo, de produção. Quero implementar uma ou duas escolas do campo.”
Renato do Samaritano: A escola em tempo integral é uma demanda social e vamos estender o horário, pois é um pedido das mães que precisam trabalhar, e vamos contratar novos professores, novos monitores para trabalharem até às 17h. Quero priorizar o orçamento da educação para priorizar a extensão de horário e a qualidade das condições de trabalho dos professores. O levantamento sobre o ambiente laboral dos servidores será cuidado com normas reguladoras, principalmente os professores.
Coronel Sandro: O nosso programa educacional se assenta em 3 eixos primordiais: disciplina, qualidade e segurança. Tudo na vida você tem que ter os requisitos da disciplina para que funcione bem: horário de começar, de terminar, horário de entrar dentro da sala de aula, levantar-se quando o professor entra na sala de aula, são alguns dos princípios que nós achamos que foram esquecidos, tem vários outros, foram esquecidos nas escolas, principalmente nas escolas públicas e nós vamos resgatar esses princípios patrióticos. Tem uma lei federal que diz que toda semana deve-se cantar o hino nacional nas escolas, nós queremos ampliar isso, não só pra uma vez na semana, mas, mais vezes. E nós queremos também trazer outros símbolos nacionais pra dentro da escola para serem cultuados, como por exemplo o hino à bandeira, da independência, os símbolos nacionais, os vultos históricos que ajudaram a forjar o conceito de Brasil que conhecemos hoje e que estão querendo destruir.
Lo-Ruama: E sobre o adoecimento e o esgotamento laboral dos professores, que aumentam e pioram a cada ano, há planos de intervenção com projetos para a redução desses danos?
Léo Monteiro: Formação de equipes multidisciplinares compostas por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas e sociólogos para atender aos alunos e profissionais das escolas em suas demandas específicas; ofertar assistência e apoio à saúde mental e emocional dos professores, com foco em atuar nas demandas de acolhimento e orientação relativa à educação socioemocional e à educação inclusiva.
Renato do Samaritano: A carga de trabalhar com o ser humano, diretamente é mais difícil mesmo, e eu como engenheiro de segurança do trabalho, especializado em ergonomia, eu vejo que o município não tem uma política voltada para o levantamento do ambiente de trabalho. Uma senhora da Casa do Servidor esclareceu que o município não tem nenhuma norma, nenhum levantamento do município das questões ergonômetras, que são extremamente necessárias ao trabalhador. Então, eu tenho o dever, por conhecer da matéria, de implantar esse levantamento em todos os setores do município. O excesso de aluno em classe, é um problema que tem que ser resolvido, é preciso ser prático nessa questão. O próprio município alega ter um absenteísmo de cerca de 6 milhões por ano de custo com atestados médicos. É preciso criar essa cultura de segurança do trabalho para além do setor privado. O prefeito deve ter iniciativa de pegar todas essas normas para criar uma lei e regulamentar na Câmara Municipal. É preciso cuidar da saúde dos educadores.
Cel. Sandro: Melhorar a remuneração, plano de carreira, seguridade social. E o que mais me preocupa nos funcionários da educação é que eles têm que lidar com o que a gente tem de mais precioso, são nossas crianças e pré-adolescentes, ele tem que tá com a saúde física e mental muito bem, pra que haja produtividade naquilo que a gente se propõe a fazer que é preparar as futuras gerações. Você (o Coronel diz pra mim) me alertou para um problema, estudar, acompanhar e ver qual a responsabilidade do município para cuidar melhor do professor, e você pode ter certeza que nosso governo estará aberto pra isso e eu faço questão: dar ao professor condições adequadas de trabalho, local adequado, igual isso que você citou, ventilação, ter estrutura e suporte material, tem que climatizar os ambientes.
Sobre a autora:
Lo-Ruama Lóring Bastos é Mestra em Educação e Docência (UFMG); Pesquisadora; Historiadora; Professora; Especialista em H e; Formação Docente. É colunista do Jornal da Cidade GV na área de Educação.