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Interação com o público marca a segunda noite do Pint of Science 2024

Maior festival internacional de divulgação científica fora de meios acadêmicos, o Pint of Science de 2024 movimentou a cervejaria HaüsMalte da Ilha.
Maior festival internacional de divulgação científica fora de meios acadêmicos, o Pint of Science de 2024 movimentou a cervejaria HaüsMalte da Ilha. Foto: Divulgação Univale
quinta-feira, 16 maio, 2024

Maior festival internacional de divulgação científica fora de meios acadêmicos, o Pint of Science de 2024 movimentou a cervejaria HaüsMalte da Ilha, que neste ano recebeu o evento entre os dias 13 e 15 de maio.

Na terça-feira (14), a segunda noite do Pint foi marcada por apresentações com momentos de interação com o público – composto por estudantes, professores e colaboradores da UNIVALE, mas também pessoas externas à comunidade acadêmica. Na quarta-feira (15) a cervejaria abriu as portas para a última noite da edição de 2024 do festival, com entrada franca.

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Fotos: Divulgação Univale

Para a reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, a participação das pessoas da comunidade é uma forma importante de divulgar o conhecimento produzido na universidade.

“O objetivo do Pint é discutir ciência no bar. Não tem como fazer isso, se não for com a participação de todos. É fundamental essa interação, porque é através disso que a gente aprofunda o conhecimento.

A ideia da pesquisa é contribuir para resolver os problemas da comunidade. De que adiantaria se a gente não trouxesse as discussões da ciência principalmente para ambientes como esse, onde todas as pessoas têm acesso? É sempre muito divertido e muito animado esse brinde à ciência”, afirmou Lissandra.

Cuidados com a dengue

A primeira apresentação da terça-feira foi intitulada “Dengue: não deixe o mosquito da ignorância te picar”, feita pelos professores Thalisson Artur Ribeiro Gomides, Marcos Daniel Silva Pinheiro e Marcelo Henrique Fernandes Ottoni, docentes de cursos do Núcleo da Saúde da UNIVALE.

Thalisson destacou que a dengue é um problema de saúde pública, que se agrava com as condições favoráveis à proliferação do vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti.

“Nas Américas o mosquito encontrou um ambiente úmido, com temperatura adequada, e hoje está muito bem adaptado ao nosso meio. Valadares é um exemplo, uma cidade quente, úmida e com bastante água. O mosquito não vai sair daqui tão facilmente, então a gente poderia ao menos controlar, limpando nossas casas e nossos quintais, que é um grande problema”, afirmou.

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Foto: Divulgação Univale

Ao assumir o microfone, o professor Marcelo falou sobre sintomas, como manchas vermelhas na pele, e sobre como a doença se agrava em casos de reinfecção.

“O maior risco é na reinfecção. É na segunda, na terceira ou na quarta vez que se pega dengue. São quatro sorotipos diferentes, que compartilham 80% de semelhança, e todos são vírus da dengue.

Quando se contrai um tipo de dengue, a produção de anticorpos é para esse tipo. Mas na reinfecção os anticorpos não são eficientes contra os outros tipos.

Os anticorpos não vão neutralizar os outros sorotipos de dengue, que acaba se multiplicando mais e causando sintomas mais graves, como é o caso da dengue hemorrágica”, disse.

Por fim, o professor Marcos abordou o tratamento, explicando quais medicamentos podem ajudar e quais podem agravar o combate aos sintomas da dengue. O docente lembrou ainda da importância de se vacinar contra a dengue e recomendou a hidratação, com água e soro caseiro, por exemplo.

“A gente não tem medicamento para matar vírus. A dengue gera febre, dor de cabeça, dor no corpo. E o que a gente faz? Existem medicamentos que não precisam de prescrição, então a pessoa não passa por um profissional de saúde, não pede orientação e acaba se automedicando. Ao invés de atingir o objetivo de cura, a pessoa acaba agravando a doença”, alertou.

Redes sociais e a exposição excessiva de crianças e adolescentes

A noite seguiu com a apresentação “Posto, logo existo”, conduzida pela advogada e jornalista Denise Rodrigues Alves (professora na UNIVALE nos cursos de DireitoPublicidade e Propaganda, e Jornalismo) e o psicólogo e advogado Pedro Henrique Bezerra da Silva (egresso dos cursos de Direito e de Psicologia da UNIVALE).

O bate-papo tratou de cuidados e riscos em relação ao compartilhamento exagerado que alguns pais fazem de imagens dos próprios filhos em redes sociais, com abordagens relacionadas aos campos do Direito e da Psicologia.

“A gente está tratando do compartilhamento feito pelos próprios pais, que tomam a decisão de expor a imagem dos filhos. A privacidade da criança ou adolescente é colocada em um espaço público.

É como se colocasse essa imagem na rua, em um lugar completamente exposto.

É importante tomar alguns cuidados, porque essa superexposição gera impactos no contexto psicológico e também no contexto jurídico. Depois que a imagem se torna pública, é difícil ter o controle.

O problema não é postar foto, o problema é o exagero. Não só de quantidade de posts, mas também se a criança está vestida adequadamente”, declarou Denise.

Pedro chamou a atenção para a necessidade de preservar o processo de desenvolvimento de crianças e adolescentes.

“A criança está exposta em sua rotina, exposta a questões pessoais, psíquicas e fisiológicas. Muitas vezes até querendo elucidar alguma questão, como autismo ou TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade], mas muitas vezes essa exposição causa danos no processo de desenvolvimento humano da criança”, pontuou.

O Pint 2024 termina nesta quarta

A Arquitetura e o Direito estarão no foco das apresentações da noite de encerramento do Pint Of Science 2024.

Na primeira conversa da noite, “Desafio urbanístico: todas as cidades são iguais?  Responde ou passa?”, as professoras Marianna França de Jesus, Ilara Rebeca Duran e Débora Tameirão Lisboa, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIVALE, discutem temas como mobilidade urbana e a relação coletiva entre moradores e a cidade.

Na apresentação que fecha o festival, “Meus heróis morreram de overdose – o Direito no universo musical”, os docentes André Rodrigues, Alexandre Pimenta, Bernardo Gomes, Fabiano Leitoguinho, Kaisa Macedo, Ronald Amaral e Rosimeire Pereira, todos do curso de Direito, debatem as interseções entre a música e o trabalho jurídico.

O Pint também tem música. As atrações da noite foram a cantora Bel Villela e a dupla Bony & Vinícius.

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