Na última semana, estudantes e profissionais participaram do “ErgoTalks: Ações transdisciplinares entre a Fisioterapia e o Direito do Trabalho para a promoção da saúde dos trabalhadores”, evento que reuniu 40 alunos do terceiro ao décimo período do curso de Fisioterapia do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV), além de especialistas das duas áreas.
Realizado no auditório da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Doce (ARDOCE), a atividade buscou integrar conhecimentos multidisciplinares, fomentar uma formação crítica e preparar futuros profissionais para os desafios do mercado.
Para Peterson Andrade, idealizador do evento e professor do departamento de Fisioterapia da UFJF-GV, o “ErgoTalks” foi uma oportunidade de reflexão sobre a importância do trabalho conjunto entre profissões.
“Trata-se de uma proposta de formação transdisciplinar, necessária para um ensino integral e alinhado às demandas do mercado”, destacou.
A estudante Bárbara Sabará, do oitavo período de Fisioterapia, ressaltou que o evento rompeu com o modelo tradicional de ensino.
“Participar de atividades como essa, com a presença de um juiz do trabalho e um fisioterapeuta ergonomista, nos fez pensar além da universidade. A perspectiva do juiz, por exemplo, nos mostrou detalhes que envolvem um julgamento, destacando o papel essencial do perito e ampliando nossos horizontes críticos em relação à atuação na perícia”, afirmou.
O Juiz do Trabalho Alexandre Pereira enfatizou a relevância do diálogo entre Direito e Fisioterapia.
“O profissional do Direito deve estar atento à interface dos desdobramentos com a Fisioterapia, tendo em conta os fatores múltiplos do emanar das doenças. É necessário ao profissional contemporâneo buscar a compreensão ampla dos fatores que envolvem a causalidade das doenças e infortúnios, tendo por norte a proteção da saúde como garantia fundamental, presente na Constituição. Zelar por um ambiente saudável, sem doenças, reflete uma lógica primordial, presente não apenas nas ações estatais, mas também em ações privadas, empresariais e comunitárias.”, declarou.
Já o fisioterapeuta perito Maurício Fernandes destacou como a união das duas áreas pode melhorar a saúde ocupacional.
“Ao integrar os conhecimentos técnicos da Fisioterapia com as bases jurídicas do Direito, profissionais e estudantes ampliam sua capacidade de elaborar soluções inovadoras e humanizadas para o ambiente de trabalho, bem como dos conhecimentos voltados à construção do saber técnico científico”, explicou.
Professor Peterson Andrade, fisioterapeuta perito Maurício Fernandes e Juiz do Trabalho Alexandre Pereira (Foto: Divulgação/ARDOCE)
