Cooperativa participa de manifesto “Minas Grita Pelo Leite” em favor dos produtores leiteiros

Na manhã desta segunda-feira (18), comitivas com mais de sete mil pessoas amanheceram na capital mineira para exigir do Governo Federal que tome medidas concretas que salvaguardem os produtores rurais mineiros.
O movimento reuniu mais de 7 mil produtores agropecuários do estado que apoiavam as reivindicações propostas pela Faemg. Foto: Divulgação Cooperativa
segunda-feira, 18 março, 2024

O sistema sindical liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) na semana passada convocou a todos os produtores rurais para que se reunissem no Expominas, em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (18). O movimento reuniu mais de 7 mil produtores agropecuários do estado que apoiavam as reivindicações propostas pela Faemg.

A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce abraçou a causa e uniu forças com a União Ruralista Rio Doce (URRD), o Sindicato Rural de Governador Valadares e a Sicoob Crediriodoce para mobilizar o maior número possível de agropecuaristas do Vale do Rio Doce.

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Fotos: Divulgação Cooperativa

Os esforços mútuos resultaram em quase 100 produtores rurais que saíram de Governador Valadares na noite do domingo (17), às 23h, e seguiram em comitiva à Belo Horizonte para defender os interesses da classe.

O evento iniciou às 10h, e contou com calorosas boas-vindas do presidente da Faemg, Antônio de Salvo. Ele agradeceu aos produtores pela presença, visto que deixar as atividades da fazenda para participar do movimento não foi uma tarefa fácil.

No entanto, ele salientou a necessidade do movimento de alcançar resultados concretos em prol da classe produtora. Segundo o presidente este não foi o primeiro ato.

A temática foi pauta de mais de 30 reuniões em Brasília com o Governo Federal, e mesmo assim o Governo parece não compreender as dificuldades e dores dos produtores que estão sendo submetidos a um regime de comercialização da matéria-prima em modelo desleal.

Além do relato da falta de sensibilidade do Governo para com os produtores, da eminência de uma crise de desabastecimento e da descontinuidade da cadeia leiteira, Antônio também apresentou os quatro itens que estão sendo reivindicados aos poderes estaduais e federais, sendo eles: suspensão imediata da importação de leite em pó do Mercosul ou medidas compensatórias; criação do Plano Nacional de Renegociação de Dívidas para todos os produtores; inserção permanente do leite nos programas sociais do Governo e a ampliação da fiscalização no âmbito do decreto 11.732/2023 que em outubro de 2023 alterou a aplicação dos créditos presumidos de PIS/ Cofins.

Na sequência a senadora Tereza Cristina, por meio de um vídeo, dedicou palavras de respeito, valorização e apoio a classe. A deputada federal e presidente da frente parlamentar em apoio ao produtor de Leite, Ana Paula Procópio, também explanou sobre a importância dos produtores rurais, reiterando seu compromisso e apoio aos agropecuaristas.

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins, também demonstrou apoio as reivindicações feitas pelos produtores rurais e apresentou uma estatística interessante.

De acordo com ele, nos últimos meses houve um aumento de 70% nas importações de leite em pó dos países integrantes do Mercosul e essa ação impacta consideravelmente a maior bacia leiteira do país, o estado de Minas Gerais. Tadeu se colocou à disposição para discutir o assunto em reuniões e auferir medidas resolutivas concretas.

 Seguindo o cerimonial, foi a vez do vice-governador do estado de Minas Gerais, Mateus Simões, realizar seu pronunciamento. Mateus destacou as dificuldades enfrentadas pelos produtores em seu dia a dia e como o poder público pode contribuir para a promoção de melhorias para a classe.

Por fim, tivemos a fala do governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema, que logo no início já trouxe boas notícias. Àqueles laticínios ou cooperativas que importarem leite em pó perderão o benefício fiscal do Pis/Cofins.

Além disso, destacou sobre problemas enfrentados por pecuaristas que estão em sua alçada para serem resolvidos, como a falta de energia elétrica nas propriedades rurais e estradas vicinais, afirmando que está tomando medidas para as resoluções dos fatos apresentados. Por fim, Zema destacou o estado de Minas Gerais como sendo o que mais cresce no setor agropecuário.

Após a apresentação de todos os fatos foi o momento da assinatura do manifesto “Minas Grita Pelo Leite” pelo presidente da Faemg, Antônio de Salvo, e o governador de Minas, Romeu Zema.

O manifesto abrange as dificuldades que o produtor tem sofrido e exige em caráter de urgência que o Governo Federal tome medidas para a completa suspensão das importações do leite em pó da Argentina e Uruguai — países de onde a maioria do produto têm sido importado — para assim evitar um colapso total da atividade leiteira.

Para o presidente da Cooperativa, João Marques, ações como essas são fundamentais para o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite.

“Nós sempre apresentamos aos nossos cooperados o seguinte: o mercado é soberano! É ele quem determina quanto vale a matéria-prima e o produto final. Temos como controlar o que ocorre da porteira para dentro. Então cruzar os braços e dizer que ‘a Cooperativa paga pouco pelo leite’ não é uma boa estratégia. Hoje tivemos a oportunidade de nos fazer ser ouvidos, apresentar as nossas reivindicações e dificuldades. Saírem cerca de 100 produtores juntos, com o mesmo objetivo, mostra que estamos no caminho certo na defesa dos interesses de nossos produtores. Quanto mais nos unirmos e trabalharmos juntos, com certeza teremos mais êxitos.”

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