por Simone Claudino
Se tem uma palavra que dá um frio na espinha do empresário brasileiro é "reforma" — principalmente quando vem acompanhada de “tributária”. E a bola da vez é justamente essa: a tão falada Reforma Tributária já começou a mostrar seus efeitos, e as empresas do Simples Nacional também estão na roda, sim senhor!
A ideia por trás da reforma é simplificar o sistema, substituir um emaranhado de tributos por dois grandes impostos: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). A boa notícia? As empresas do Simples continuarão com seu regime especial. Mas antes de comemorar, respira fundo: tem mudança chegando, e ela não é tão simples assim.
O que muda para o Simples Nacional?
Embora o Simples continue existindo, as empresas não estão 100% isentas dos novos tributos. Na prática, o IBS e a CBS incidirão de forma indireta, principalmente quando a empresa do Simples se relacionar com empresas de outros regimes.
Imagine que sua empresa do Simples venda para uma empresa do lucro real. Essa empresa poderá recuperar créditos de IBS/ CBS nas compras — desde que você destaque isso corretamente na nota fiscal. E aí está o primeiro desafio: será preciso dominar os novos códigos fiscais e talvez até investir em sistemas atualizados.
Impactos nas compras públicas
Outro ponto crítico: as compras públicas. A reforma prevê tratamento igualitário entre regimes para efeitos de crédito. Isso pode afetar a competitividade das empresas do Simples, que, sem o repasse do crédito do IBS/CBS, podem ficar para trás nas licitações — especialmente nas concorrências com grandes empresas.
Quando começa a valer tudo isso?
A transição começa em 2026 com uma fase de testes (convivência do sistema atual com o novo) e vai até 2033, quando o modelo antigo será completamente substituído. Pode parecer longe, mas a preparação precisa começar agora.
Desvantagens à vista
- Empresas do Simples não poderão se beneficiar diretamente dos créditos de IBS/CBS, o que impacta seu preço final;
- Necessidade de ajustes no sistema fiscal e contábil;
- Concorrência desigual com empresas de outros regimes que poderão usar os créditos como diferencial de preço;
- Exigência de mais controles fiscais, mesmo para as pequenas
empresas.
A importância de uma boa assessoria
O que antes era “tranquilidade” agora exige atenção redobrada. Uma boa assessoria contábil e financeira será essencial para adaptar o modelo de gestão, rever os preços, ajustar os contratos e entender como se posicionar nesse novo cenário tributário. Afinal, as oportunidades vão existir, mas só vai aproveitá-las quem estiver preparado.
Reforma Tributária não precisa ser um bicho-papão — mas também não dá para fingir que ela não existe. Para as empresas do Simples, o nome do jogo será adaptação estratégica, e isso começa com informação de qualidade e orientação profissional.
Quer conversar mais sobre esse tema ou entender como sua empresa pode se preparar? Me chama, vamos juntos transformar desafios em oportunidades.
Simone Maria Claudino de Oliveira @simoneclaudionoficial. Valadarense, graduada em Ciências Contábeis e Direito, com especializações em Estratégia Empresarial, Controladoria, Auditoria e Gestão da Informação. Possui MBA em Gestão Cooperativa e Projetos de Inovação, além de certificações em Corporate Venture Capital (CVC), Corporate Venture Builder (CVB) e Inovação. Atua como Controller no Grupo AgroRemac, Diretora Executiva da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial, Co-Founder da Cliex&- CO e Founder da Insights I.A Tech. É presidente da ANGAR, do Sindcont GV, da Garantia dos Vales e da Adeleste, promovendo o desenvolvimento econômico e empresarial da região.