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No fim de tudo, Atlético e Cruzeiro fecharam o Brasileirão sem vexames

Ano foi difícil para Atlético e Cruzeiro, mas no fim, brilhou a estrela de Felipão e a estrela da sorte para o Cruzeiro
Felipão é um técnico que tem DNA vencedor e mexeu com as estruturas da Cidade do Galo. Foto: Reprodução do Facebook do Clube Atlético Mineiro
sábado, 16 dezembro, 2023

Por Hermínio Fernandes

Competência, seriedade e um pouquinho da sorte que sempre acompanha os grandes heróis, transformam um esporte chamado futebol em magia. Foi o que aconteceu com o Atlético de Felipão. Desde que ele chegou à Cidade do Galo, o ambiente mudou. O professor Luís Felipe Scolari tem em seu sangue um DNA de campeão. Por onde passou, sempre foi protagonista e ganhou títulos importantes.

Talvez essa seja a explicação para ele ter deixado o cargo de diretor, que exerceu por um curto período no Athletico do Paraná, porém, a experiência parece não ter lhe agradado e ele voltou para o cargo que o consagrou. Felipão definitivamente não nasceu para ser coadjuvante. Ele parece entregar tudo de si nessa importante e delicada profissão tão questionada pelos apaixonados torcedores.                               

Sua missão no Galo não foi nada fácil. Recuperar um elenco que tem uma folha salarial robusta, jogadores de muita qualidade, mas que não se traduzia em um bom time, que parecia um amontoado de jogadores.

Uma prova disso foi o fato do time ter demorado para se encaixar. Foram 9 jogos sem vencer. O professor encontrou um time sem confiança e com vícios que iam desde a vaidade até a indisciplina. A grande estrela do time, Hulk, vivia um momento conturbado, estava mal tecnicamente, fazia reclamações em excesso com a arbitragem, o que fez com que ele ficasse fora do time em algumas partidas. O restante do elenco parecia desmotivado, e o time estava caindo pela tabela. Coube a ele dar uma sacudida nos jogadores para colocar a casa em ordem.

Foi nesse período que o professor Felipão usou toda sua competência e experiência. Colocou de “molho” alguns jogadores que não vinham correspondendo, como Patrick, Hyoran, Igor Gomes e Pavon, até então considerados intocáveis pelo antigo treinador Eduardo Coudet.

Felipão conseguiu recuperar o futebol de outros jogadores que não vinham bem, como Rubens, Igor Gomes e Otávio, e principalmente Edenilson, que atua tanto pelo meio campo como pela lateral direita, e essas mudanças surtiram efeito o time, como um todo, cresceu de produção, ganhou confiança e começou com uma vitória atrás da outra.

Embalou de vez, venceu jogos difíceis contra o Palmeiras (0 x 2 no Allianz Parque), contra o Flamengo (0 x 3 no Maracanã) e 2 x 1 contra o São Paulo, no Mineirão. Essas vitórias levaram o time ao terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, além de uma premiação no valor de R$ 40 milhões.                                   

É como diz o ditado: a sorte ajuda quem trabalha. E uma mostra disso foi o que ocorreu quando o volante argentino Rodrigo Battaglia, um dos destaques do time, sofreu uma contusão. Azar do gringo e sorte para o Galo. Como não havia outro volante de marcação no elenco, já que Alan havia sido vendido ao Flamengo no meio da temporada, mas foi aí que Felipão mostrou a que veio e foi capaz de transformar um limão em uma limonada.

Apesar de ser adepto de uma formação mais defensiva, colocou Edenilson na vaga do argentino, atuando como segundo volante, posição que lhe proporcionou a jogar na Itália e várias convocações feitas por Tite para a Seleção Brasileira.

O treinador mudou o esquema tático do time passando do 4-2-4 para o 4-1-3-2, com apenas um cabeça de área, tornado o volante Otávio em “carregador de piano” do time. A entrada de Edenilson, que tem melhor passe e finaliza bem, foi decisiva para a virada do time no campeonato contra o Flamengo. Foi dele o gol que fechou a goleada de 3 x 0 em pleno Maracanã. 

A saga cruzeirense parece cada vez mais nebulosa!            

Mais uma temporada termina e o sofrimento da nação azul é cada vez maior, apesar de ter escapado da queda para a Série B, que rendeu ao time azul uma vaga na próxima copa sul-americana. O time de Ronaldo, que possui uma  das maiores torcidas do Brasil, até agora não  apresentou nenhuma novidade para a temporada de 2024.                                       

Quando Ronaldo adquiriu o time, que o projetou para o futebol mundial, criou-se uma enorme expectativa de investimento. E apesar de ter trazido o time de volta à elite do futebol brasileiro, demonstra extrema dificuldade em montar um time competitivo.                        

E para montar um grande time, a torcida esperava pelo menos que a equipe mantivesse os principais jogadores e fizesse contratações pontuais, no intuito de reforçar o elenco. E não perder jogadores importantes para clubes brasileiros, como foi o caso de Bruno Rodrigues, o BR9.

Principal destaque do time na temporada, e que tem seus direitos presos ao Tombense, pode estar trocando a Raposa pelo Internacional. Outro que saiu foi o bom zagueiro Luciano Castán, destaque da defesa celeste.

Mas os problemas não param por aí. Até o momento a torcida não sabe quem será o treinador que irá começar a temporada em 2024, a apenas 38 dias da estreia, que acontecerá no dia 24 de janeiro contra o ViIIa Nova, em Nova Lima. Nos bastidores, alguns nomes são ventilados e alguns deles são os argentinos Fernando Gago e Diego Milito. Outro que aparece é Thiago Carpine, que trouxe o time do Juventude de volta à Série A.

Mas ele também interessa ao Santos, e ao que parece, Ronaldo não está disposto a participar de leilão, apesar dessa prática sempre ter sido considerada uma prática normal no mundo do futebol.

E o nome que mais agrada a torcida é o de Maurício Pellegrino, que acaba de deixar a Universidad de Chile. Treinador experiente, rodado, que já trabalhou em grandes clubes da Argentina como Estudiantes, Independiente e Vellez Sarsfield, também comandou o Southampton na Premier League.

Resta saber se Ronaldo está disposto a colocar a mão no bolso e investir num profissional gabaritado, da prateleira de cima do futebol e à altura da história de um clube grande que é o Cruzeiro, ou vai continuar fazendo pechincha, apostando mais uma vez em treinadores apenas promissores, como Pezzolano, Pepa e Zé Ricardo.                                            

Resta à nação azul aguardar para saber qual será o presente de Natal que Ronaldo vai dar aos torcedores.

Hermínio Fernandes e administrador de empresas e comentarista esportivo

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