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Hora das decisões, dentro e fora de campo

O comentarista Hermínio Fernandes analisa o desempenho dos times mineiros no Brasileirão
A Arena MRV não terá público no jogo decisivo do Galo neste domingo. Foto: Pedro Souza
domingo, 8 dezembro, 2024

A temporada de 2024 termina hoje e o saldo é extremamente negativo para os clubes e principalmente para os torcedores mineiros. O Coelhão oscilou bastante durante a temporada e ficou distante da briga pelo acesso à Série A do Brasileirão.

Nem mesmo o irreverente Lisca “doido” de bons trabalhos, em outras passagens pelo Mequinha, conseguiu salvar o ano do América, e para iniciar a temporada de 2025, o clube sondou o ex-jogador e agora treinador Roger Silva, que fizera excelente trabalho no comando do Athletic, resta saber se a especulação irá se concretizar, na opinião deste colunista,  Roger Silva faz por merecer uma oportunidade num time maior como é o América.

O Cruzeirão Cabuloso, após perder a final da Copa Sul-Americana para o Racing, continua na luta por uma vaga na Libertadores de 2025.

A classificação já poderia estar definida a algum tempo já que o time vinha fazendo boa campanha no Brasileirão até a saída precoce do treinador Fernando Seabra, o futebol do time nos últimos jogos vem deixando muito a desejar.

Um bom exemplo foi o confronto contra o Palmeiras de Abel Ferreira e de Estevão, que não à toa era chamado de “Messinho” na base do Cruzeiro, que o perdeu  numa lambança da antiga gestão, dirigida por Wagner Pires de Sá e Itair Machado, como vice de futebol, que não se sabe porque não registrou juntos aos órgãos competentes a joia que era do sub-15 celeste, erro esse que gerou um prejuízo incalculável ao clube, já que hoje Estevão talvez seja  a maior  revelação  do futebol brasileiro após o quarteto mágico que conquistou o tetra em  2002,que tinha, além dos Ronaldos, Rivaldo e Kaká. Estevão é um dos melhores do mundo, se não o maior, na sua idade.

O Cruzeiro, no momento, passa por uma situação parecida daquela quando Ronaldo assumiu o time, gerando grande expectativa nos torcedores e na imprensa de modo geral, mas que mais adiante se tornou uma enorme frustração. Alguns exemplos são a troca dos "Fernandos" Seabra por Diniz.

Para aumentar a semelhança, o meia Dudu, com salários acima de R$ 2 milhões de reais e 3 anos de contrato, Dudu, desde que sofreu uma séria lesão a cerca de 3 anos, não consegue reencontrar seu futebol, e mesmo “esnobando” o Cruzeiro no início do ano, por mais absurdo que pareça, volta a ter seu nome ventilado nos bastidores do clube da toca.

No gigante das Minas Gerais, o Galo a situação é ainda pior, o clube acaba de demitir seu treinador Gabriel Milito não resistiu no cargo  após derrotas nas finais da  Copa do Brasil e Libertadores e após o time  alcançar a incrível marca de de 12 jogos sem vencer e correr risco real de rebaixamento no campeonato Brasileiro a situação ficou  dramática pro galo no último jogo da temporada, o clube tenta a liberação para que tenha sua torcida presente  no jogo de hoje contra o ada temporada tendo a  possibilidade de disputar como prêmio de consolo a “segunda divisão da Libertadores” como é apelidada a copa sul Americana mas também com chances ainda que remotas de  entrar para o Z 4 que seria uma verdadeira tragédia na última  rodada contra o xará paranaense que corre sério risco de cair para segundona. Vale lembrar que  a “decisão” poderá ser disputada sem  presença da massa atleticana já  que grande parte dos  torcedores perderam não só a  paciência com o time na final na Copa do Brasil  contra o Flamengo mas também  a cabeça diante de mais  uma atuação pífia do time.

A diretoria parece ter demorado um “pouquinho” a perceber o grande equívoco que cometeu ao contratar um treinador sem nenhuma experiência em grandes clubes e sem nenhum título na carreira, mas que gozava de prestígio em grande parte da mídia nacional, situação semelhante à ocorrida com outros treinadores “promissores” argentinos como Coudet e Beccacece, que também não se firmaram em clubes do Brasil ou do exterior. Acreditar nesse oba-oba está levando a SAF atleticana a um prejuízo incalculável.  Que provavelmente afetará a próxima ou até mesmo a sequência do time nas próximas temporadas.

Gabriel Milito não foi o único culpado dos fracassos do time. Um treinador precisa de um staff a sua volta como um diretor de futebol com experiência para dialogar sobre o futebol no dia a dia. E apesar de não conseguir revelar nenhum jogador das categorias de base a diretoria com aval do treinador ainda liberou algumas jovens promessas que praticamente não tiveram oportunidades no time principal e foram negociados de “graça” com pequenos clubes Portugueses, como o atacante Isac Tomich, que chegou a ter chances com Coudet e ainda um antigo pupilo de Sampaoli, o habilidoso meia Caio Ribas, ambos nascidos em Governador Valadares, e crias da base do Galo.

Nas últimas partidas do Galo sob o comando de Milito, era nítido a queda de rendimento em alguns dos principais jogadores, a exemplo de Guilherme Arana e Scarpa, além de outros mais jovens, como o versátil lateral e meia Rubens.  tem entrado desconcentrado nos últimos jogos, e segundo informações de bastidores anda abusando da noite. Sabemos que isso atrapalha a carreira de qualquer de atleta profissional.

Outro que “perdeu” a temporada foi o meia Zaracho, que inclusive pode deixar o clube, rumo ao River Plate, onde poderia disputar a Copa Libertadores na próxima temporada. Esse, inclusive, foi colocado para jogar quando aparentemente não estava totalmente recuperado da cirurgia de uma “hernia do esporte”, essa decisão acabou tirando o jogador da final da Copa Libertadores contra o Botafogo. Nesse caso, fica a dúvida de quem seria a culpa pelo retorno antecipado do jogador aos gramados, do departamento médico que o liberou para jogar ou do técnico, que pediu pra ele entrar em campo.

Pior sorte  vive o centroavante Paulinho que não parou durante a temporada para tratar de uma pequena fissura óssea provocada por uma pancada, ele que acabou sendo colocado pra jogar no sacrifício, sendo obrigado a receber infiltrações no local para suportar a dor durante as partidas, o que  explica seu mau rendimento nos jogos decisivos essa prática  acabou agravando a lesão o levando  a fazer uma cirurgia que poderia ser desnecessária  e que o deixará fora dos gramados no início da próxima temporada  fica cada vez mais provado que futebol profissional é  para que é do ramo e não para aventureiros torcedores bilionários que sempre sonharam em ser dirigente do seu clube coração.

O jogo decisivo entre Atlético x Athletico será na Arena RMV, neste domingo (8/12) às 16h, no mesmo dia e horário que as demais partidas da última rodada do Brasileirão 2024. Força Galo!

Sobre o autor:
Hermínio Fernandes é comentarista esportivo

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