por Marcius Túlio
Assim que você acessa uma via em sentido contrário ao seu fluxo, na contramão, algo de estranho, no mínimo vai acontecer.
Na terminologia de Trânsito, “entrar na contramão” é causa de reprovação no exame de habilitação para motoristas e é infração gravíssima, cabendo multa e perda de pontos na CNH, por trazer embaraços à fluidez do tráfego, além de favorecer exponencialmente a acidentes.
Não obstante essas considerações que consagram a linguagem no Trânsito, o termo, é utilizado em diversas circunstâncias que envolvem o cotidiano das pessoas e da sociedade, trazendo um sentido figurado a situações embaraçosas do dia a dia.
Assim, ao direcionar uma análise da situação geopolítica do Brasil no presente momento dos acontecimentos, podemos ou devemos considerar as posições ortodoxas que o governo brasileiro vem adotando, nitidamente na contramão dos sentimentos e da vocação do povo.
Ao externar publicamente seu viés antissemita, o eventual ocupante da Presidência rompe ou tenta romper laços históricos de amor, respeito e consanguinidade com os herdeiros de Sem.
Notoriamente se posicionando contrário aos interesses do país, desconsiderando uma parceria histórica e sólida, substancialmente benéfica ao desenvolvimento tecnológico e econômico do país, ainda adolescente na História universal.
Na contramão da História, das tradições e costumes brasileiros, o viajante e “bom vivant” Presidente, escancara sua subserviência a uma política racista e segregadora, cujas raízes históricas não faz a menor ideia, submetendo a Nação brasileira a um jugo divergente de sua cultura ocidental e humanitária, maculando, inclusive a Carta de 88.
Inexplicavelmente, o inculto e débil personagem em questão, em seus devaneios entorpecidos pela sensação de poder, tenta subverter a natureza de toda uma civilização, arrastando-a para uma ideologia nefasta que busca apontar o dedo, procurando culpados pela sua própria incompetência e intransigência, cultuando o desprezo pelas liberdades, sem as quais a humanidade é descaracterizada.
Nada tenho a favor dos conflitos bélicos, ainda acredito na Paz e nos benefícios que essa posição lega à humanidade, mas não posso ser ingênuo a ponto de acreditar que todos a desejem, nem hipócrita a ponto de fingir que se cometem atrocidades em nome de ideologias que buscam o poder pelo poder, usando de artimanhas furtivas para enganar e legitimar desejos bestiais, se passando por vítima das circunstâncias.
Urge que tenhamos o bom senso para analisar o preocupante conflito que se desenvolve no Oriente Médio, bem como seus desdobramentos, ou seja, o comprometimento das culturas envolvidas no conflito com a humanidade, seus efeitos e suas ligações com os flagelos que assombram a Paz e a qualidade de vida dos povos que coabitam o planeta.
É contramão não classificar o Hammas e o Hezbollah e seus patrocinadores como terroristas.
Ao se posicionar como aliado ou mesmo simpatizante ou apoiador de regimes opressores, que massacram seu povo em nome do Estado ou de uma ideologia, o eventual governo do Brasil está pintando um alvo na nuca de cada brasileiro e colocando a Nação, outrora “um oásis de tranquilidade” no olho do furacão.
Atitude irresponsável e inconsequente, cujos avisos sobre elas foram proibidos pelo STE por ocasião das eleições presidenciais de 2022, que custará muito caro para nossas próximas gerações.
Aliado de tiranias, tiranos e tiranetes, o Brasil se afogará num mar de estrume, sempre reservado aos indesejáveis convidados para o banquete de sangue e de ódio, marcantes no torpor das vaidades escravizantes.
Aos incautos, incrédulos ou isentos, restarão o arrependimento e as famosas lamentações, dignas da ausência de caráter, de argumentos e de lucidez para consolar seu orgulho ferido.
Omitir-se ou simplesmente ignorar não vai amenizar as consequências desastrosas aparentemente vindouras.
Paz e Luz.
Sobre o autor:
Marcius Túlio é Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais