Olá, queridos leitores!
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um fenômeno alarmante: a emigração de talentos, perdendo seus “Cérebros” para o mudo. Esse movimento, que envolve profissionais altamente qualificados e jovens promissores, levanta questões sobre o futuro do nosso País e suas perspectivas de de senvolvimento.
De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o “Itamaraty”, em 2022, cerca de 4,5 milhões de brasileiros residiam no exterior, e uma parcela significativa desse grupo é composta por formados em áreas como engenharia, medicina, tecnologia da informação e ciências sociais. O MRE aponta, ainda, que os principais destinos são Estados Unidos, Portugal, Paraguai, Reino Único e Japão. As causas desse êxodo são multifatoriais. Um dos principais elementos é a instabilidade econômica e política que o Brasil enfrenta há anos. Segundo o Banco Mundial, o Brasil caiu da 46ª para a 68ª posição no ranking de ambiente de negócios entre 2012 e 2020, refletindo uma desmotivação crescente entre profissionais qualificados que buscam oportunidades em países com economias mais robustas e estáveis.
Além disso, a busca por qualidade de vida, valorização profissional e educação de excelência tem levado muitos a olhar para fora. A atração de talentos é uma estratégia adotada por países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha e Austrália, que oferecem programas de imigração facilitados para profissionais qualificados. Já o Brasil, por sua vez, está na contramão desta tendência, na qual a falta de incentivos e a burocracia muitas vezes complexa se tornam barreiras adicionais para a permanência des- ses profissionais.
A perda desses cérebros, impacta diretamente em setores crí- ticos como saúde, educação, indústria e tecnologia. A Associação Nacional dos Professores Universitários estima que a emigração de professores e pesquisadores pode resultar em uma perda signi- ficativa de conhecimento e inovação no País, dificultando o avan- ço das pesquisas e a formação de novos especialistas.
Para mitigar esse fenômeno, é essencial que o Brasil invista em políticas que valorizem os talentos locais, promovendo melhores condições de trabalho, segurança e incentivos para a retenção de profissionais qualificados. Isso inclui a criação de um ambiente de negócios mais favorável, com menos burocracia e mais oportunidades de crescimento. Além disso, é fundamental que o governo e as instituições de ensino superior trabalhem juntos para oferecer programas de formação que atendam às demandas do merca- do, garantindo que os jovens tenham acesso a uma educação de qualidade e a perspectivas de carreira promissoras.
Nossa Cidade
Para nossa querida Governador Valadares e região, tal fenômeno parece ser ainda mais desafiador. Cidade amplamente conhecida por perder seus habitantes para o exterior. Engana-se quem pensa que as emigrações são de somente pessoas sem qualificação profissional. Nos últimos anos, um número crescente de médicos, engenheiros, professores, mestres, doutores e outros pro- fissionais qualificados, têm buscado oportunidades no exterior, em busca de melhores condições de trabalho, salários mais atrativos reconhecimento profissional, qualidade de vida e segurança.
Esse êxodo pode ser atribuído a diversos fatores, dentre eles, a falta de infraestrutura, falta de recursos adequados em suas áreas de atuação e, muitas vezes, politicagem por motivos escusos, levando muitos a sentirem que suas habilidades e conhecimento não estão sendo plenamente utilizados ou valorizados. Além disso, por não ser uma cidade desenvolvida no campo industrial e tecnológico, dependendo principalmente do comércio, consequentemente não consegue absorver os profissionais qualificados com remunerações atrativas.
A migração de capital intelectual afeta tanto a economia local, quanto a dinâmica social da cidade. Com a saída de profissionais qualificados, há uma diminuição na oferta de serviços essenciais, o que pode resultar em um ciclo vicioso de degradação da qualidade de vida. A escassez de mão de obra especializada pode dificultar o desenvolvimento de novas iniciativas e inovações em diferentes setores.
Para reverter essa tendência, é fundamental que as autoridades locais adotem medidas que valorizem e retenham esses talentos. Investimentos em infraestrutura, criação de políticas de incentivo à pesquisa e inovação, além de um ambiente de negócios mais favorável para atrair a vinda de grandes empresas para a cidade, consequentemente elevando a média salarial.
Desse modo, a promoção de um ambiente seguro e estável, aliado a políticas que incentivem a inovação e o empreendedorismo, pode ajudar a reverter essa tendência de emigração. É vital que Governador Valadares reconheça o valor de seus talentos e crie condições que os façam querer permanecer e contribuir para o desenvolvimento do município. Somente assim poderemos construir um futuro mais promissor e sustentável, aproveitando ao máximo o potencial de nossa população qualificada. A discus- são sobre a emigração de seus “cérebros” é complexa e multifacetada, mas é um tema que merece atenção e ação imediata.
“O futuro depende da capacidade de reter e valorizar aqueles que têm o potencial de transformar nossa sociedade”.
Um grande abraço!
Herculano Xavier é Engenheiro Industrial; Mestre e Doutor em Planejamento; Pesquisador/Consultor;
Auditor/Fiscal. http://lattes.cnpq.br/5828911272818152