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Antor Santana: uma vida dedicada à comunicação

Sua trajetória começa como vendedor de jornais, passando por gráfico e chegando a editor-chefe de jornalismo, Antor ainda se tornou membro da Academia Valadarense de Letras
Antor Santana. Foto: Divulgação
quarta-feira, 29 janeiro, 2025

POR JÉSSICA SCARABELLI – JORNAL DA CIDADE

A cidade de Resplendor, Minas Gerais, foi o palco para o nascimento de Antor Santana em 19 de julho de 1932. A influência de seus pais, Ademar Antônio Santana e Albina C. de Paula, sempre moldou sua visão de mundo e seu caráter. Sr. Ademar, com sua forte ligação à terra e às tradições locais, e Dona Albina, com seu espírito acolhedor e educativo, proporcionaram a Antor um ambiente propício para o desen- volvimento de suas habilidades. Essa base familiar, repleta de valores como honestidade e perseverança, seria fundamental para a construção de sua trajetória pessoal e profissional.

Antor era o sexto, dos oito filhos de sua mãe carinhosamente conhecida como Bininha. Desde cedo, pensava em estudar e assim, passou pelas cidades de Conselheiro Pena, Tumiritinga, Governador Valadares e decidiu ir para Belo Horizonte, a capital do estado que ele tanto amava. Em um de seus escritos, ele registrou este episódio, onde “tudo começou”: “Como a gente era de família pobre, não consegui lá muita coisa, mas consegui gostar da imprensa, jornal, hoje chamada de mídia impressa. Comecei como vendedor de jornais e revistas pelas ruas largas e bonitas da nossa capital”.

Para chegar à profissão que ganhou seu coração muita coisa aconteceu: aos 16 anos Antor retorna para Valadares, onde aprendeu a arte. Foi chefe de uma oficina gráfica de seu irmão, Floremil, depois, de uma outra gráfica que produzia o jornal "Tribuna Fiel", onde já exercia um misto de chefe de oficinas completo e jornalista. Foi o primeiro linotipista (composição tipográfica a quente), como era chama-da, da cidade.

Mesmo sem uma formação superior, tomou gosto pelo jornalismo e não largou mais. Antor Santana casou-se duas vezes, na primeira, em 1955, com Ilda Araújo, e teve três filhos: Márcia, Fernando e Norton. Após um tempo da união, sua esposa faleceu. Norton lembra que seu pai nunca os abandonou e cuidou deles até que se casasse novamente com Julieta Francisca, em 1965, com quem teve sua filha mais nova, Danúsia.

Sua vida pessoal estava sempre junto à sua vida profissional, Sr. Antor Santana nunca abdicou de nenhuma dela. partir de 1964, ele decidiu pelo jornalismo: Foi chefe de oficinas, repórter e editor-geral do Diário do Rio Doce - DRD, por 50 anos seguidos. No período em que estava como chefe de redação do DRD, trabalhou indiretamente com seu filho Norton Santana que esteve como fotógrafo no Jornal por um curto período de tempo.

Segundo ele a relação com seu pai sempre foi de muito amor, respeito e admiração. “Meu pai trabalhava no jornal cerca de 12 horas por dia, em todas situações difíceis do Jornal na parte jornalística ele sempre contornava a situação, resolvia tudo da melhor forma, lembro de momentos em que ele com muita sabedoria sabia resolver a situação, por isso se tornou um jornalista que todas pessoas que o conheceram e mesmo os que não o conheceram pessoalmente, mas eram seus leitores teve o respeito e o carinho por ele”.

A história de Antor Santana apresenta uma jornada de evolução e superação, seu filho Norton expõe sua admiração pelo pai, que começou como gráfico, foi chefe da gráfica do Diário do Rio Doce e, com o passar do tempo, chegou a Editor-chefe do Jornal.

“O DRD tinha uma coluna chamada Nádia Maria, era de aconselhamento, e essa coluna era muito respeitada no Jornal pois era algo bem sério, a Nádia Maria era só um nome, porque os leitores pediam os conselhos e quem respondia eram os próprios jornalistas. Então isso passou na mão do meu pai e de outros também. Mas à época que meu pai respondia e dava os conselhos eu sabia que era ele. A gente conhece o pai da gente. Ele não falava, mas eu sabia que era ele”, recorda.

Com uma escrita simples e ao mesmo tempo cativante, Antor contava histórias, falava da realidade e aproximava os leitores cada vez mais de suas crônicas publicadas semanalmente no Diário do Rio Doce.

Livro publicado e homenagens recebidas

A cidade de Governador Valadares, em 1999, concedeu a Antor Santana o título de “Cidadão Valadarense”, em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade valadarense e regional, na área da comunicação. A sala de imprensa da Câmara Municipal de Valadares recebeu o seu nome.

Antor Santana publicou seu primeiro livro em 2002, com 230 páginas, a obra intitulada “Vida, Religião e Brasil: Uma Crônica” reúne artigos, contos populares e crônicas. Em 27 de maio de 2004, Antor ingressou a convite na Academia Valadares de Letras (AVL), se dedicando ainda mais à literatura e colaborando com a cultura valadarense, com artigos na Revista “Suindara”, da AVL e participando de livros, revistas.

No dia 8 de setembro de 2012, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por meio da indicação do deputado José Bonifácio Mourão, conferiu a Antor Santana o prestigioso título da “Ordem do Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”.

Essa honraria foi concedida em reconhecimento à sua dedicação como jornalista na defesa de Valadares e da região do Vale do Rio Doce ao longo de 65 anos, sendo 50 deles dedicados ao Diário do Rio Doce.

Antor sempre se empenhou na proteção dos direitos dos cidadãos, na valorização da família e no desenvolvimento natural tanto da cidade quanto da região Leste de Minas Gerais.

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