O Oscar 2025 promete ser uma noite histórica para o cinema brasileiro e mundial.
Pela primeira vez, um filme nacional concorre ao prêmio máximo da Academia: "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, está indicado tanto a Melhor Filme quanto a Melhor Filme Internacional. A produção brasileira também trouxe uma indicação emblemática para Fernanda Torres em Melhor Atriz, 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, concorrer na mesma categoria por "Central do Brasil". Na ocasião, no ano de 1999, Montenegro perdeu para Gwyneth Paltrow, protagonista de "Shakespeare Apaixonado".
Fernanda, vencedora do Globo de Ouro no início do ano, tem Demi Moore (que acabou de vencer o Screen Actors Guild) como principal rival pelo terror “A Substância”, gênero historicamente rejeitado pela Academia, o que pode trazer certa esperança para o público brasileiro.
Outro grande momento será a possibilidade de Timothée Chalamet quebrar um recorde: se vencer por "Um Completo Desconhecido", cinebiografia sobra o início da carreira do antológico músico americano Bob Dylan, ele se tornará o ator mais jovem a levar o Oscar de Melhor Ator, superando Adrien Brody, que ganhou em 2003 por "O Pianista" aos 29 anos. Curiosamente, Brody também concorre nesta edição, desta vez por "O Brutalista", ficção épica sobre um arquiteto húngaro sobrevivente do holocausto empenhado em levar o movimento arquitetônico para os Estados Unidos.
Brody possui certo favoritismo, por ter recebido prêmios conceituados como o Globo de Ouro e o britânico BAFTA anteriormente nesta temporada, mas Chalamet acaba de ganhar o SAG, prêmio concedido pelo sindicato dos atores dos Estados Unidos. O duelo entre os dois adiciona uma camada extra de emoção à disputa.
E, para os amantes das estatísticas da Academia, esta edição pode redefinir marcos históricos. Apenas 29 filmes levaram sete ou mais estatuetas, sendo "Ben-Hur", "Titanic" e "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" os maiores vencedores, com 11 prêmios cada. Além disso, apenas 45 atores e atrizes conquistaram dois ou mais Oscars de atuação, entre eles, nomes como Meryl Streep, Robert De Niro, Daniel Day-Lewis, Marlon Brando e Katherine Hepburn. Caso vença, Adrien Brody pode se tornar o 46º nome dessa seleta lista.
Um Oscar que promete emoção, recordes e, quem sabe, uma consagração inédita para o cinema brasileiro.
Dylan Pretto é Formado em Direito, Artista Plástico, Crítico de arte e escritor
