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Uma manhã de poesias e memórias no CEU das Artes

Sarau revela talentos da terceira idade e celebra o poder transformador da poesia em homenagem a Cora Coralina
No coração do bairro Santa Efigênia, o anfiteatro do CEU das artes transbordou histórias, sentimentos e arte. Foto: Divulgação PMGV
quarta-feira, 11 dezembro, 2024

No coração do bairro Santa Efigênia, o anfiteatro do CEU das artes transbordou histórias, sentimentos e arte.

O Sarau literário, conduzido pelo grupo de terceira idade Unidos da Felicidade, marcou a manhã desta quarta-feira (11) com celebração de experiências de vida e o encanto da poesia de Cora Coralina. Entre versos declamados, o evento trouxe à tona talentos que, como a poetiza homenageada, florescem a qualquer tempo.

“Esse grupo específico desenvolveu o sarau porque são alunas que gostam de artesanato, dança e música. Então culminou tudo nesse sarau, com declamações de poemas, voz e violão, e dança carimbó”, explica Cláudia Cassimiro Rosendo, referência técnica do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do CRAS Santa Efigênia. Segundo ela, a atividade cumpre sua finalidade, que é desenvolver o sentimento de pertencimento com os participantes. “Isso valoriza a vida coletiva, promove a integração e a troca de experiências entre os idosos”, complementa.

Entre os talentos descobertos está Maria Aparecida Alencar, que transbordava energia enquanto se preparava para apresentar suas criações.

“Eu fui fazer o Cadastro Único, e as meninas do CRAS me falaram sobre a atividade e, como eu sou meio alvoroçada, logo quis participar. Comecei com os exercícios e descobri as reuniões de convivência nas quartas-feiras. Acontecem os passeios, nossas festas, teatros... É desse jeito que eu me encontrei aqui”, conta ela, que termina a entrevista e entra ligeiramente pela porta do anfiteatro para finalizar os preparativos de sua apresentação.

Eunice de Souza, psicóloga e técnica do serviço de convivência do CRAS, destacou o impacto do evento no grupo e na comunidade.

“Aqui descobrimos artistas plásticos, artesãos, poetas e músicos. São pessoas em situação de vulnerabilidade social, muitas vezes vivendo sozinhas, e precisam desse convívio na comunidade. A faixa etária é de 50 anos em diante. Toda semana fazemos uma atividade e, para encerrar este ano, escolhemos esse sarau em homenagem a Cora Coralina. Essa apresentação celebra os talentos e o empoderamento dessas pessoas, principalmente dos idosos. É um encerramento brilhante do ano, mostrando que a idade é apenas um número”, destaca.

Cora Coralina, a homenageada do dia, é um nome literário de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Nasceu em 1889, na Cidade de Goiás/GO e começou sua carreira na adolescência, mas o primeiro livro foi publicado somente aos 76 anos. Parte de sua vida ela passou trabalhando como doceira. Suas obras retratam o cotidiano e a vida rural no Brasil. É reconhecida como uma das principais figuras da literatura brasileira e recebeu diversos prêmios e homenagens.

por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social

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