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Programa de Apadrinhamento amplia apoio afetivo e comunitário a crianças e adolescentes

Secretaria Municipal de Assistência Social e Vara da Infância e Juventude apostam no programa como caminho para superação de histórias de vínculos familiares fragilizados ou rompidos
Um olhar diferente sobre crianças e adolescentes atendidos nos serviços de acolhimento ofertados em Governador Valadares pode fazer a diferença na história de vida de muitas delas. Foto: Reprodução da Internet
quarta-feira, 6 março, 2024

Um olhar diferente sobre crianças e adolescentes atendidos nos serviços de acolhimento ofertados em Governador Valadares pode fazer a diferença na história de vida de muitas delas.

É o que testemunham os profissionais da Gerência dos Serviços de Proteção Social Especial da Alta Complexidade da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), responsável pela coordenação do Programa de Apadrinhamento do município.

Um ato voluntário de responsabilidade social ainda pouco exercido, mas que aos poucos vai ganhando nova proporção à medida que o Programa de Apadrinhamento vai se tornando conhecido por mais pessoas.

O programa é voltado para crianças e adolescentes entre sete e 17 anos, acolhidos institucionalmente ou inseridos em família acolhedora após terem sido afastados judicialmente de suas famílias biológicas por riscos e condições de vulnerabilidade (como casos de abandono e violência), e que já não contam com a possibilidade de reintegração familiar ou adoção definitiva.

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Foto: Divulgação PMGV/Créditos: Leonardo Morais

Por lei, a convivência familiar e comunitária é garantida a todas as crianças e adolescentes em medida de proteção. E, com este objetivo, o Programa de Apadrinhamento foi criado em Valadares em 2019, num trabalho conjunto entre a SMAS e todos os serviços de acolhimento da cidade.

A ideia é oportunizar uma relação de afeto e apoio para além dos muros dos serviços de acolhimento que permitam a essas crianças e adolescentes continuar a sonhar ou a acreditar que são capazes de construir um futuro diferente do que a herança familiar que trazem possa sinalizar.

Atualmente, 52 crianças e adolescentes estão acolhidos em um dos seis serviços de acolhimento familiar e institucional, governamentais ou não governamentais, da cidade.

E o número de padrinhos e madrinhas chega a apenas 29 pessoas que se dispõem a auxiliar, de alguma forma, no processo de desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.

O esforço do município é para que este número aumente à medida que o Programa de Apadrinhamento se torne mais conhecido para que o número de crianças beneficiadas por este gesto de amor e cidadania também seja maior.

Apadrinhamento não é adoção

Ter um adulto como referência é algo fundamental para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes que se encontram acolhidos em instituição ou inseridos em família acolhedora. O apadrinhamento torna-se, portanto, uma opção para quem quer ajudar, mas não quer ter a adoção como única alternativa. Existem quatro tipos de apadrinhamento:

  1. Padrinho Financeiro: pessoas físicas ou jurídicas que têm a intenção de ofertar suporte material e/ou financeiro à entidade ou afilhado.
  2. Padrinho Prestador de Serviço: disponibiliza voluntariamente seu trabalho para oferecer serviços e ou conhecimento à instituição ou às crianças e adolescentes acolhidos, podendo ser médicos, psicólogos, professores, músicos etc.
  3. Padrinho Educador: pessoas físicas ou jurídicas que se cadastram para oportunizar momentos de aprendizado em diferentes conteúdos e ofícios, conforme seu ramo de atuação.
  4. Padrinho Afetivo: numa relação de amizade, pessoas físicas que regularmente visitam a criança ou o adolescente, podendo levá-lo para passar finais de semana, feriados e férias escolares em sua companhia, proporcionando-lhe vivência social e afetiva.

Seja padrinho ou madrinha de uma criança ou adolescente em acolhimento! Faça contato e informe a modalidade em que deseja se cadastrar (33) 3277.9300 – Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS).

Você conhece os serviços de acolhimento existentes em Valadares?

  1. Fundação Casa da Menina Santa Bernadete
  2. Casa Lar Itaka Escolápios
  3. Casa Lar Municipal
  4. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
  5. Serviço de Acolhimento Institucional Municipal Masculino
  6. Serviço de Acolhimento Institucional Municipal Feminino

DEPOIMENTOS:

  1. “O Programa de Apadrinhamento objetiva a construção de novos vínculos afetivos que propiciem experiências positivas de convivência familiar e comunitária, criando mecanismos de promoção da autonomia e de projetos de vida por meio de suportes material ou financeiro, possibilitando a inclusão social dessas crianças e adolescentes e até mesmo a formação profissional”. Jemima Gonçalves, pedagoga da equipe de Apoio e Supervisão da SMAS.
  2. “Todas as crianças e adolescentes deveriam sentir o que eu senti quando fui apadrinhada. Ninguém substitui pai e mãe, mas o apadrinhamento preencheu um vazio. Em minha formatura no ensino médio no ano passado, apesar de ter convidado minha família biológica, ninguém apareceu. Mas, minhas madrinhas estavam lá, todas vibrando por mim! Quero um dia também apadrinhar crianças e adolescentes!” . Tânia Regina André da Silva, 18 anos, ao deixar o serviço de acolhimento conquistou sua casa com o apoio de seus padrinhos. Hoje ela é jovem aprendiz na OAB/GV e bolsista na graduação em Direito
  3. “Das formas de apadrinhamento existentes, considero o afetivo o mais importante. É uma forma de viabilizar para crianças e adolescentes afastados de seu núcleo familiar, em razão de violação de direitos, uma convivência familiar e comunitária para que tenham um desenvolvimento físico, mental e psíquico saudável.  Ao completar 18 anos, o adolescente sai do acolhimento e, muitas vezes, não tem nenhuma referência, apenas um sentimento de solidão, de não pertencimento, que pode levá-lo para outra situação de violência ou vulnerabilidade. O apadrinhamento afetivo se torna uma forma de proteção com a formação de vínculos de afeto que não vão se extinguir. Chamamos a sociedade a assumir também este papel de proteção por meio do apadrinhamento, que não é adoção. O município tem o papel de disponibilizar toda a estrutura física e material para a criança e o adolescente acolhido, mas a gente não compra afeto, convivência, carinho e vínculo”. Dra. Mariana Cristina Diniz dos Santos, promotora de justiça -  Criança e Adolescente/GV
  4. “Para alguém se tornar um padrinho ou madrinha, há um processo de preparação. É feita uma visita domiciliar aos pretendentes, um formulário deve ser preenchido e toda a família deve estar disponível. É preciso que haja uma identificação entre padrinhos e crianças e adolescentes acolhidos para que possamos trabalhar primeiro o fortalecimento de vínculo e, em seguida, prosseguirmos com o apadrinhamento”. Romilda Vieira da Silva Gomes, assistente social da Casa Lar Municipal.

por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social da Prefeitura de Governador Valadares

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