CMDM aborda violência de gênero em evento no Centro Cultural Mandela

Intervenções culturais e palestras destacaram a importância da conscientização e ação coletiva
Além das intervenções culturais, o evento também ofereceu palestras. Foto: Divulgação PMGV
sexta-feira, 15 março, 2024

Na noite desta quinta-feira (14), o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) de Governador Valadares promoveu um evento marcante, focado na conscientização e combate à violência contra as mulheres. Sob o tema “Pelas Vidas de Todas as Marias que Ainda Restam", o evento reuniu um público diversificado e engajado no Centro Cultural Nelson Mandela.

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Foto: Divulgação PMGV

A noite começou com uma intervenção cultural dos atores Ley Marques e Sandra Elizabeth de Oliveira do grupo teatral Avatar, uma performance impactante representando a história de uma mulher vítima da violência do marido.

Também aconteceu a exposição de retratos e poesias feitos por alunos das Escola Sinval Rodrigues Coelho e Escola Estadual São Francisco de Assis que promoveram reflexões sobre as diversas formas em que essa violência se manifesta em nossa sociedade.

Além das intervenções culturais, o evento também ofereceu palestras -  a primeira foi ministrada pela psicóloga Damaris Siqueira Papi que é ativista na área dos direitos das mulheres e presidente da Cooperativa CrerSendo parceira do CMDM, que elabora projetos e capta recursos.

Ela abordou os números de violência registrados no Estado e em Governador Valadares, e os diferentes tipos de violência contra a mulher, os mecanismos legais de proteção e o papel da sociedade civil na prevenção e no combate a essa grave violação dos direitos humanos.

“As estatísticas são alarmantes. Enfatizo a urgência de se promover uma mudança cultural e institucional porque nossa sociedade patriarcal ensinou que os homens são mais fortes e donos das mulheres e para garantir a segurança e o bem-estar de todas as mulheres, esse pensamento tem que mudar”, declarou.

O CMDM reafirmou seu compromisso de continuar trabalhando incansavelmente para erradicar a violência contra as mulheres e construir um futuro mais justo e igualitário para todas. A Presidente do CMDM Tania Storck lembrou que o silêncio mata.

“A mulher que sofre a violência, se não fala pode morrer, o vizinho que escuta repetidamente barulho de briga, gritos e não fala nada, ele está contribuindo com aquela situação de violência. Nós esperamos que cada um seja semente de divulgação de que a violência tem que dar um basta, a gente tem que exigir respeito, não é pedir respeito, é exigir respeito, e a mulher tem que aprender o caminho para fazer isso. Não é com o julgamento nosso não, mas com a gente entendendo que cada uma tem sua dor, e cada uma sabe o momento de parar a violência”, afirmou.

A promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Articulação da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica (GAR), Carla Regina Goulart Dunavel, falou sobre a intervenção cultural e da atuação dos atores em cena.

“Eu fiquei encantada com a apresentação e senti medo. Achei que a apresentação foi extremamente real. Como ouvinte de muitas mulheres que sofrem violência, eu fiquei muito impactada com tudo. Senti medo, senti empatia, achei muito interessante que num espaço de tempo tão curto, a personagem conseguiu abranger todas as formas de violência e não só a física, mas a sexual, a patrimonial, a psicológica, enfim, ela conseguiu juntar todas as formas e mostrou também uma característica que é muito clara na violência doméstica, que é a característica do homem isolar a mulher que está em situação de violência, porque a mulher que vive a violência num ciclo, ela chega a perder a autoestima, a capacidade de autodeterminação”, enfatizou.

por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social da Prefeitura de Governador Valadares

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