Wesley Wales Anderson é um cineasta americano de muita estima no meio cinéfilo não apenas pelas produções geniais, mas por saber passar sua mensagem ao telespectador de forma sutil e divertida. É o tipo de diretor que conseguiria transformar enredos comuns em verdadeiras obras primas. E por falar em obra prima, hoje irei falar um pouco sobre sua principal obra. Ou pelo menos a que considero ser seu magnum opus, estou me referindo a Rushmore, ou como foi traduzido aqui para o Brasil: Três É Demais.
Rushmore foi lançado em 1998 e é um filme que trata sobre pessoas especiais, mais precisamente do seu protagonista, o jovem e talentoso Max Fisher interpretado pelo ator Jason Schwartzman.
Bem no início da película é possível detectar a mensagem que Wes Anderson quer que você entenda assim que Max lê num livro uma pequena citação do cineasta e oceanógrafo francês Jacques Cousteau que diz que quando um homem, por qualquer motivo, tem a oportunidade de levar uma vida extraordinária, ele não tem o direito de guardá-la para si. E é com base nisso que o personagem Max Fisher foi criado, pois ele é sim uma dessas pessoas extraordinárias. Desde muito cedo ele já escrevia peças teatrais. Tinha destaque em absolutamente tudo na escola que estudava. Era o presidente de todos os grêmios estudantis, isso quando ele mesmo não era o fundador de muitos deles. Por outro lado, ele era um aluno pífio nas disciplinas tradicionais, principalmente em matemática que parecia não entrar em sua cabeça.
Eis o elemento que torna único os filmes de Anderson, esse ode ao inusitado. Ora, como assim um rapaz tão magnífico como Fisher e toda sua envergadura intelectual ser, ao mesmo tempo, tão tragicômico, pra não dizer humano, em uma disciplina tão elementar?
A trama tem seus altos e baixos e é canalizada num incessante empreendimento de Fisher para conquistar romanticamente a sua amiga e professora em Rushmore Rosemary Cross interpretada pela belíssima Olivia Williams. E claro, ele também conta com a “ajuda” de seu amigo Herman Blume um milionário excêntrico vivido na pele de Bill Murray. Coloquei a palavra ajuda entre aspas de forma proposital porque ao longo do filme percebemos que ela não foi, digamos, uma ajuda tão bem sucedida assim, não darei spoiler para não atrapalhar as emoções ao assistirem, mas já adianto que serão as mais surpreendentes possíveis.
A trilha sonora é um show a parte com The Who, Lennon e Stones, ou seja, não teria como a coisa dar errado.
A nota que eu dou a Rushmore é um 10 com gostinho de 1000. Sem dúvidas é uma produção que atende as expectativas e, certamente, está muito bem avaliado no top 10 de qualquer cinéfilo. Fica aí a minha sugestão da semana e espero que gostem.