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Operação Taquari 2: nas asas da coragem, militares enfrentam desafios nas missões de resgate no RS

Destroços, pessoas em cima de telhados, muita água. Esse é o cenário que os homens de resgate se deparam no Rio Grande do Sul
As Forças Armadas fazem buscas e salvamentos por helicóptero em locais de difícil acesso. Foto: Divulgação/Ministério da Defesa
quinta-feira, 9 maio, 2024

GOV.BR

Brasília (DF), 9/5/2024 – Destroços, pessoas em cima de telhados, muita água. Esse é o cenário que os homens de resgate se deparam no Rio Grande do Sul.

Durante a Operação Taquari 2, militares das Forças Armadas fazem buscas e salvamentos por helicóptero em locais de difícil acesso.

São os profissionais especializados em Search and Rescue (SAR), na sigla em inglês que significa Busca e Salvamento, capazes de içar pessoas por um cabo da aeronave e conduzir a um local seguro.

 “A gente decola cumprindo uma rota sobre os pontos e resgata o maior número possível de famílias, que geralmente já estão sobre casas.

Resgatamos pessoas sobre árvores ou até mesmo onde a água já está acima da cintura da pessoa”. Assim relatou o Comandante do Esquadrão Pantera, da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-Coronel Aviador Kleison Roni Reolon. 

Ele explica que, durante as buscas, as pessoas são conduzidas até as aeronaves por içamento, ou seja, erguidas por meio de um cabo preso ao helicóptero.

Nesse procedimento, um homem de resgate desce por guincho, abraça a vítima e a leva para dentro da aeronave.

O Tenente-Coronel Reolon conta que o trabalho de buscas e resgates é realizado a partir de mapeamento da região, com coordenadas e pontos de localização de pessoas que ainda têm contato via celular.

Ele descreve os desafios.

“A chuva não parou. Iniciou na terça-feira de manhã [30 de abril] e foi evoluindo com grande volume de água durante a semana toda. Isso ocasiona grande perda de visibilidade para voar, principalmente o helicóptero, que depende muito do voo visual, tem que estar em contato visual”, descreveu.

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Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

O Coronel Reolon lembra a experiência que mais o marcou: “

Acompanhei o voo de duas gestantes que já estavam numa cidade ilhada. Uma delas já em trabalho de parto e em situação de risco, e a outra diabética. Fizemos o transporte e o resgate delas, em período noturno, para a cidade de Santa Maria. No outro dia recebemos a grata notícia de que uma das nenéns tinha nascido com uma saúde excelente”, disse ele.

Equipes da Força Terrestre também conduzem resgates aéreos, por meio dos Batalhões de Aviação (BAVEX). O Chefe do Gru SAR da aviação do Exército Brasileiro, Tenente Lúcio Diniz Martins, narra que um dos momentos mais marcantes da operação foi resgatar uma família com oito pessoas, incluindo uma criança autista e um idoso recém-operado. “A criança foi acalmada dentro da aeronave por um operador de voo e, o idoso recebeu atendimento pré-hospitalar pela nossa equipe”, relatou.     

Durante as buscas, os militares encontram pessoas que se recusam a deixar suas casas, apesar dos riscos. Nessas situações, um operador de busca e salvamento desce do helicóptero por meio de guincho, que leva água e comida para essas famílias.

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Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

O Tenente Lúcio explica que os militares trabalham em revezamento, tendo em vista que o trabalho é exaustivo física e psicologicamente. Ele reforça que os profissionais precisam estar em condições para que as vítimas sejam resgatadas com segurança.

“O desgaste, físico e psicológico, numa ocorrência dessa magnitude é alto, bem alto. No entanto, o operador de busca e salvamento é preparado para enfrentar essas ocorrências com tranquilidade, pois a vida das outras pessoas depende muito do trabalho dele”,  destacou.

São inúmeras as dificuldades: várias aeronaves voando próximo umas das outras, fios de alta tensão que não se sabe se estão ligados ou não, limitando o trajeto; telhados das casas escorregadios; clima instável; e baixa visibilidade.

Mesmo com todos esses fatores, o Tenente-Coronel Reolon, da Força Aérea, enfatiza: “Não existe um voo que decolou sem cumprir uma missão específica. Ele nunca voltou vazio. Sempre faz uma evacuação aeromédica, ou troca de médico de hospital. Todo voo está sendo aproveitado, toda hora de voo está sendo aproveitada, em todos os pontos de navegação”, declarou.

A Marinha do Brasil também participa dos resgates. Para reforçar o trabalho, enviou 40 fuzileiros navais ao Rio Grande do Sul junto ao maior navio da América Latina, o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, com previsão de chegada no sábado (11).

O Comandante da Tropa de Fuzileiros Navais, Capitão de Mar e Guerra Dirlei Donizette, reforça o apoio. “O esforço é 24 horas por dia, sete dias por semana. Não vamos sair daqui até que a última pessoa seja salva, até que o último necessitado receba água, comida e atendimento médico”, concluiu. 

Por Mariana Alvarenga
Fotos: Divulgação


Assessoria Especial de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa (MD)

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