Na conversa com jornalistas de rádios e portais de todo o país, realizada nesta quinta-feira (15/5), a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, detalhou as ações da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, com o tema deste ano, "Lar Seguro", e apresentou o projeto "Vidas Protegidas", que combate a violência letal contra esse público. A ministra também anunciou a assinatura da portaria que prioriza o acesso da população em situação de rua ao programa Minha Casa, Minha Vida e outros temas.
As crianças e os adolescentes foram incluídas na ordem do dia do programa e os assuntos que versam sobre educação e cuidados com os jovens foram abordados pelos jornalistas e pela ministra, que vê a necessidade de regulação das mídias digitais e redes sociais, que oferecem conteúdo inadequado aos pequenos. Macaé Evaristo apresentou uma visão otimista em relação à proibição dos celulares na escola. Segundo ela, sem os celulares no ambiente escolar, a socialização e a interação entre crianças e adolescentes cresceu, de forma saudável.
O jornalista Tim Filho, do Jornal da Cidade GV, quis saber a opinião da ministra sobre a regulação das mídias digitais (redes sociais), que para ele, cria uma situação similar a de um cabo de guerra.
"Parece que nós temos um cabo de guerra. Numa ponta, temos as pessoas que defendem a regulação por motivos que já foram expostos aqui, principalmente em relação ao conteúdo inadequado, e, na outra ponta, um grupo de pessoas que são contra a regulação, afirmando que isso é censura e que querem ter liberdade. Como vencer isso, ministra?
A ministra Macaé Evaristo ponderou que o tema precisa ser tratado com muito carinho e muito cuidado.
"Eu acho que tem um aspecto que é fundamental, que é o da responsabilização. Quando falamos da regulação das redes, nós estamos dizendo que as plataformas tem como identificar quem são os produtores de conteúdo e quem se responsabiliza pelo conteúdo, porque as pessoas têm liberdade e autonomia de produzirem e trazerem seus conteúdos ao ambiente digital, mas é preciso se responsabilizar sim em caso de fake news, constituição de redes criminosas para exploração sexual de crianças e adolescentes", disse.
Para a ministra, é preciso compreender que muitas pessoas estão lucrando com a violência contra a criança e adolescente.
"No caso de redes de pedofilia, a nossa campanha, nesta semana está articulando várias ações. Temos ações do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e da Polícia Federal, ambas atuando ostensivamente para desmantelar redes que estão utilizando a internet para exploração sexual de crianças e adolescentes. Temos ações do Ministério do Turismo que está trabalhando com os agentes de turismo e as empresas do setor para adesão a um código de conduta do turismo no Brasil e esse código é importante, já que queremos dar visibilidade", explicou.

O jornalista Tim Filho durante a transmissão no programa Bom dia, Ministra, com a ministra Macaé Evaristo. Foto: Reprodução Youtube
O ideal, segundo Macaé Evaristo, é que, quando uma pessoa for se hospedar em um hotel, pergunte se aquele ambiente trabalha com a prevenção de exploração sexual, e que crianças não se hospedam sozinhas nesse hotel.
Voltando à abordagem sobre a regulação das redes sociais, a ministra disse: "Quando dizemos que a sociedade também tem que ajudar a cuidar, é nesse sentido. Não se trata de restringir a produção de conteúdo, mas quem produz o conteúdo tem que se responsabilizar por ele e as plataformas não podem se recusar a identificar esses produtores, principalmente quando circula na internet um conteúdo criminoso.
Uma abordagem de grande interesse para a população do leste de Minas foi provocada pelo jornalista Maurício da Fontoura, da Rádio Lully FM, do Rio de Janeiro, RJ, e diz respeito aos brasileiros deportados pelo governo estadunidense. Confira a resposta e o comentário da ministra sobre esse tema no CanalGOV, no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=aURtJ1vx9Xc&t=2400s